Fórum sobre Sócrates-Erasmus
"As catedrais não
se constroem sozinhas"
Terminar com as questões
e as dúvidas relacionadas com o programa Erasmus
foi o principal objectivo que o Núcleo de Estudantes
de Sociologia pretendeu alcançar, através
desta conferência "íntima" devido
à fraca adesão estudantil.
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Por Ana Patrícia
Correia
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Realizou-se no passado
dia 27 de Fevereiro, no pólo IV das Ciências
Sociais e Humanas, um fórum de discussão
em redor do programa Sócrates/Erasmus, dirigido
especificamente ao Departamento de Sociologia. O objectivo
deste evento baseia-se na tentativa de dissipar dúvidas
relativas ao programa, e desta tarefa estavam encarregados
Alice Tomé, docente coordenadora do Sócrates/Erasmus
do departamento de Sociologia, e o Dr. Pedro Esteves,
como representante do gabinete de programas e relações
internacionais. O público era diversificado e encontrava-se
balizado entre alunos Erasmus, alunos que já tinham
atravessado essa experiência, e curiosos.
Em primeiro lugar, é conveniente transparecer qual
a essência deste programa para quem o desconhece.
Consiste na oferta de mobilidade aos estudantes, para
efectuarem um período de estudos no estrangeiro,
com uma duração que varia entre um mínimo
de três meses e uma máximo de um ano lectivo.
A promoção da cooperação e
da mobilidade no âmbito da educação,
e o incentivo à inovação através
do aperfeiçoamento de práticas pedagógicas
e didácticas são alguns dos objectivos que
integram este programa.
Alice Tomé, docente do curso de sociologia, iniciou
a sessão incentivando os alunos a efectuarem esta
experiência, "benéfica sobre todos os
pontos de vista, tanto pessoal como profissional".
Como referiu na ocasião, "as catedrais não
se constroem sozinhas", e deste modo não é
significante o tempo que se poderá perder, porque
neste género de programas só se ganha a
todos os níveis. Não foi esquecida a situação
geográfica da Universidade da Beira Interior e
foi realçada a ideia de que se deve "levar
a interioridade à exterioridade".
Transpôr fronteiras através do intercâmbio
Pedro Esteves contextualizou o programa e referiu o processo
que envolve o Erasmus, criado após o nascimento
da CEE. É que um dos seus pressupostos básicos
é o reforço da dimensão europeia
a nível educacional, transpondo todas as fronteiras
através do intercâmbio. Pretende-se assim
que o programa constitua uma mais-valia para a construção
de uma Europa unida através da sua diversidade
cultural, linguística e educacional.
As condições de elegibilidade são
básicas, e deste modo os estudantes devem ter concluído
no mínimo o primeiro ano lectivo, e satisfazer
as normas relacionadas com a correspondente nacionalidade.
O Sistema Europeu de Transferências de Créditos
(ECTS) funciona como um denominador comum que ultrapassa
as fronteiras e serve de elo de ligação
de todas as universidades que estejam inseridas neste
projecto. Assim, após um prévio plano de
equivalências através dos ECTS, é
possível adquirir uma equivalência directa
entre a universidade de origem e a anfitriã.
Outra dúvida questionada encontra-se relacionada
com a concessão das bolsas de mobilidade disponibilizadas
para cada estudante. Sobre este aspecto Pedro Esteves
explicou que cada bolsa é variável em função
do país de destino, bem como do número de
meses de estada no país anfitrião. As bolsas
são geridas pela Agência Nacional para os
Programas Comunitários Sócrates e Leonardo
da Vinci, a qual se encontra intrinsecamente ligada aos
Ministros da Educação e do Trabalho e da
Solidariedade. Todavia existe sempre a possibilidade de
não existir bolsa, porque é atribuída
em função do diferencial do nível
de vida. Esta informação relativa às
bolsas só é disponibilizada após
a divulgação das vagas e das universidades
, que se encontra disponível a partir de Abril.
Pedro Esteves fez ainda uma breve referência a um
outro programa designado por "Leonardo da Vinci",
que se destina apenas a finalistas ou recém licenciados.
No final, Luís Pinto, presidente do Núcleo
de Estudantes de Sociologia faz um saldo positivo do acontecimento,
apesar da fraca adesão dos estudantes. E fica a
promessa de tentar promover este género de sessões
de esclarecimento junto de todos os cursos, porque considera
"muito importante que a massa estudantil esteja informada
sobre estes programas".
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