João Cunha
NC/Urbi et orbi


Actividades ligadas às tradições do Paul têm destaque no Plano de Actividades 2002 da Casa do Povo

Muitas e variadas iniciativas estão contempladas no Plano de Actividades/2002, aprovado na ultima Assembleia Geral (AG) da Casa do Povo, realizada no dia 20 de Fevereiro. São quatro grandes áreas de intervenção, nomeadamente na cultura, animação social/formação, acção social/animação comunitária e defesa e divulgação do património local e cultural. O presidente da Mesa da (AG), José Luís Brito Rocha, antes de dar inicio à reunião magna deixou claro: "Não tenho duvidas que a associação, com a dinâmica que tem, vai conseguir levar por diante este Plano deveras ambicioso".
Na vertente cultural destaque, entre outras, para a publicação de um livro e um CD sobre os cantares do Paul, prevista para o ultimo trimestre do ano (ver caixa), para a segunda edição dos "Sons da Terra", agendado para 9 de Junho com a presença assegurada do grupo transmontano "Galandum Galandaina", para o ciclo de vida tradicional e para a Semana Cultural Paul/Erada. Outra das grandes apostas da Casa do Povo é a Escola de Artes e Saberes que dinamiza dezenas de crianças e jovens nos ateliers dedicados a música popular, movimento e arte, inglês, informática e desporto. Na calha está, também, a segunda edição do Encontro Nacional de Jovens "Rumo à Juventude", calendarizado para 26, 27 e 28 de Julho.
Divulgar a Casa Museu, Casa Típica, Taberna Tradicional e preservar tradições como as Janeiras, o chorar o Entrudo, o corso carnavalesco, a comemoração de Abril, os penitentes, a judeia e a construção de uma nova sede social são, igualmente, actividades constantes no Plano, orçamentado em mais de 200 mil euros (cerca de 40 mil contos).
"Rumos" cria sinergias entre comunidades
No âmbito do Programa Operacional Formação e Desenvolvimento Social (POEDS), a Casa do Povo, em parceria com a Associação de Jovens do Séc.XXI, Junta de Freguesia e Centro Social e Cultural da Erada, está a desenvolver o "Projecto Rumos". O objectivo passa pela obtenção de respostas que melhorem as condições de vida e o desenvolvimento social dos grupos alvo, que são as crianças, jovens, idosos e pessoas desfavorecidas, numa sinergia dinâmica que envolva as duas comunidades abrangidas: Paul e Erada.
Com uma equipa técnica constituída por um coordenador, uma socióloga e dois gestores financeiros, o "Rumos" conta com uma verba de 140 mil 160 euros (28 mil e 300 contos) para dinamizar 36 actividades repartidas pelas 15 acções aprovadas, algumas já referidas atrás e enquadradas no Plano de Actividades. Para o coordenador do Projecto, Carlos Conceição, a principal meta é levar à participação e animação das populações envolvidas. "Temos de começar uma promoção mais abrangente do projecto para rentabilizarmos as acções aprovadas", assegura o responsável, que pretende envolver os agentes culturais, associações e outro actores sociais na execução das actividades. "O mais importante é que o Projecto possa contribuir para a mudança de mentalidades e leve as pessoas a aproximarem-se umas das outras," remata.
Para a presidente da direcção da Casa do Povo, por sua vez, o "Rumos" representa uma inovação quanto às parcerias, objectivos e envolvência de duas comunidades. Leonor Narciso regista, assim, "com agrado", aquilo que considera ser uma nova dinâmica na vertente cultural protagonizada pelo Projecto.



Livro e CD registam cantares locais


A tese de mestrado do paulense José Luís Adriano é o suporte escolhido para uma obra a publicar que é, seguramente, um facto histórico a nível local e quase exemplar a nível nacional.
Desde há muito que os dirigentes da Casa do Povo sentiam a necessidade de concretizarem um registo das canções da freguesia. Agora o projecto está em marcha e, sob a direcção técnica de José Luís Adriano, no fim deste ano é editado um livro intitulado "O Paul e os seus cantares: o dinamismo e as manifestações do colectivo" e também um triplo CD do cancioneiro musical paulense. "A consciencialização de que é necessário salvar um património colectivo que a memória construiu e transportou ao longo de muitas gerações, mas que se está esvaindo paulatinamente, é uma das razões que fundamentam esta iniciativa", justifica o director técnico.