A capacidade de improvisação deste jovem
comediante foi o que mais impressionou na noite da passada
sexta feira, o público que acorreu ao Bar do Teatro-Cine
e esgotou todo o espaço disponível. Lugares
sentados esgotados, valeu a pena assistir de pé
ao raro fenómeno de humor apresentado por Pedro
Tochas na sua versão 1.1 da Stand Up Comedy.
Rir foi o melhor remédio durante a hora e meia
que durou o espectáculo.
A grande experiência que adquiriu a trabalhar na
rua é bem visível na forma como aborda "sem
rede" as pessoas que assistem ao seu espectáculo,
caricaturando-as imediatamente. Desde os mais velhos que
logo se tornam idosos de um lar, ao rapaz "cool",
passando pelas raparigas que aborda num convite e pela
forma descontraída como manda um jacto de água
saído de uma arma de plástico quando um
telemóvel toca por entre o público.
O sexo e as relações entre os sexos constituem
o ponto de partida para todas as teorias que apresenta.
Diz que a razão é simples. "Eu escrevo
essencialmente para as pessoas da minha geração
e acho que nós falamos muito de sexo, por isso
é que trato tanto este tema", explica e completa,
"O meu tipo de humor não é tanto virado
para o pequeno detalhe, mas mais para os pormenores das
relações entre as pessoas, das reacções
que têm perante determinada situação,
da observação".
A comédia continuou depois do espectáculo
numa conversa informal com o artista que convidou todos
os que quiseram a questionar os "comos e os porquês"
do seu espectáculo e das suas abordagens.
Pedro Tochas diz que só passada uma hora após
o espectáculo consegue voltar ao seu "estado
normal", desligando-se da personagem. Mas para quem
o viu em palco, e depois, numa conversa informal, torna-se
difícil imaginar-lhe outra postura que não
a de fazer rir.
A arma que serviu para molhar
grande parte do público quando se ouviu o
toque de um telemóvel
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"Dar arte onde as pessoas não estão
à espera de arte"
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Nos Estados Unidos e em Inglaterra, onde este género
de comédia é bastante popular, frequentou
cursos de teatro físico. Mas foi nas ruas de Coimbra,
onde começou em 1991 a representar o "Palhaço
Tochas" e a "fazer malabarismo", que adquiriu
a experiência de trabalhar com e através
das pessoas, e uma grande capacidade de improvisação.
Durante algum tempo foi animador da TV Cabo, conta, e
"fiz animação por todo o país".
Questionado sobre o papel que exerceu nessa altura como
um instrumento de marketing para uma empresa, é
rápido a responder que essa situação
foi um simples meio de transmitir o seu trabalho, tal
como o é agora. Um dos maiores atractivos nessa
altura e em todo o seu trabalho é "poder dar
arte onde as pessoas não estão à
espera de arte"."Faço isto porque gosto,
não porque esteja em busca de fama ou de fortuna",
comenta.
Habituado a trabalhar com todo o tipo de públicos,
desde crianças a empresários, o público
da Covilhã foi, para Pedro Tochas, "um bom
público. Estavam a aprender as regras do jogo e
com vontade de jogar. Vieram aqui para rir", caracterizou.
Para quem perdeu esta versão 1.1, a segunda da
sua Stand Up Comedy, pode ver Pedro Tochas no Casino do
Estoril onde actuará durante os próximos
dois meses.
Os queassistiram à actuação na Covilhã
ou conhecem o seu talento de outras paragens ficarão
certamente à espera da versão 1.2.
[Conhecer
mais sobre Pedro Tochas no site oficial]
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