A meningite atacou em vários pontos do País
e a sombra da doença também chegou à
Covilhã. Ainda que o número de portugueses
infectados por meningite nos primeiros 45 dias deste ano
seja inferior ao do mesmo período em 2001, o receio
tomou conta dos pais covilhanenses. O NC contactou as
seis farmácias da cidade e a resposta foi uma só:
as vacinas contra a meningite esgotaram.
A situação chegou a este limite desde que
foi noticiado o falecimento de quatro crianças,
uma delas natural de Seia. Entretanto, são conhecidos
mais três casos, que, segundo o Director Nacional
de Saúde, devem ser vistos como "esporádicos".
Em declarações ao "Jornal da Noite",
da SIC, na última segunda-feira, 18, Pereira Miguel
reafirma que não há nenhum surto de meningite,
e que os casos "estão dentro do que seria
esperado". A corrida às vacinas, no entanto,
é uma realidade. No mercado, actualmente, estão
à venda vários tipos, eficazes na prevenção
de 50 por cento dos casos. Aquilo que o NC verifica, no
contacto com as farmácias, é que as mais
procuradas, na Covilhã, são a "Meningitec"
e a "Prevenar". De acordo com a directora técnica
da Farmácia Crespo, Rosa Maria Abreu, "as
pessoas entraram em fase de alarme e foi no fim-de-semana
que mais se verificou a compra, uma vez que a comunicação
social empolou a questão". Na farmácia
que dirige não houve falta de vacinas, a não
ser a "Meningitec". No entanto o stock foi reposto
na terça-feira, 19. "É perfeitamente
natural que tenham esgotado, no entanto não temos
nenhuma informação do Ministério
da Saúde para que se constitua uma situação
de alarme". Quem o afirma, por sua vez, é
Maria de Fátima Proença, directora técnica
da Farmácia Mendes. Aqui, tanto a "Meningitec"
como a "Prevenar" acabaram e a directora considera
que apesar de não haver razões para pânicos,
"significa que as pessoas se estão a precaver".
Medicação não comparticipada
A vacinação das crianças não
está prevista no Plano Nacional de Saúde,
as vacinas têm um preço relativamente elevado,
não são comparticipadas pelo Estado e só
podem ser dadas por receita médica. Segundo o que
o NC apurou, cada dose da "Meningitec", colocada
recentemente no mercado, custa 35 euros (sete mil escudos),
enquanto que a "Prevenar" ronda os 70 euros
(14 mil escudos). Embora qualquer pessoa seja susceptível
de contrair uma meningite, as crianças mais novas
são especialmente afectadas pela doença,
nomeadamente do tipo meningocócito (provocada por
bactérias chamadas meningococos), também
vulgarmente conhecida por meningite do tipo C. No que
diz respeito à região Centro e de acordo
com as declarações do presidente da Administração
Regional de Saúde (ARS), "a situação
não é pior, antes pelo contrário".
José Cabeças, à Agência Lusa,
realça que, em 2002, os casos notificados de meningite
são 27, enquanto que nos primeiros 45 dias do ano
transacto, esse número atingiu os 57.
Contactado pelo NC, o director do Serviço de Urgências
do Centro Hospitalar Cova da Beira, Miguel Castelo Branco,
diz, também, que não existe motivo para
medo, uma vez que, "pelos dados oficiais, o número
de casos não é anormalmente grande".
E adianta: "Durante o último fim-de-semana,
não houve nenhum caso ou suspeita de meningite
que tivesse sido notificado nas Urgências do Hospital
da Covilhã".
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