Primeiro inquérito realizado
Licenciados demoram seis meses a encontrar emprego


Seis meses é o tempo que um licenciado demora, em média, a encontrar o primeiro emprego em Portugal. Esta é uma das conclusões do primeiro Inquérito Nacional realizado sobre o percurso dos jovens diplomados do ensino superior.

 

Os licenciados saídos do sistema privado de ensino demoram mais cerca de dois meses a entrar no mundo do trabalho do que os do ensino público. Seis anos após a conclusão dos cursos, os licenciados que apresentam as maiores taxas de desemprego pertencem às áreas das Humanidades, da Informação e Jornalismo, das Indústrias Transformadoras e dos Serviços de Transportes áreas que rondam os cinco por cento de desemprego. Os homens encontram trabalho mais facilmente do que as mulheres e ganham mais. Estas são as conclusões do primeiro Inquérito Nacional sobre o percurso dos diplomados do ensino superior, da responsabilidade dos ministérios da Educação e do Trabalho, Emprego e Formação Profissional.
O estudo foi realizado junto de 10 mil diplomados de todas as áreas de formação em 1994/95 e compara duas realidades: as taxas de desemprego registadas um mês após a conclusão do curso e seis anos mais tarde (em Maio de 2001). O estudo apresentou várias conclusões como a de que a percentagem de indivíduos sem trabalho é sempre maior entre as mulheres do que entre os homens. Um mês após a conclusão do curso, a taxa de desemprego no feminino era de 43,5 por cento, enquanto no masculino não ultrapassava os 30,5 por cento. Mas seis anos passados, a realidade é diferente e para a globalidade dos indivíduos considerados isso significa passar de 39 por cento de desempregados, um mês após a conclusão do curso, para 1,9 por cento em 2001.
Um mês depois de conseguirem o diploma, são os finalistas das áreas de Formação de Professores/Formadores e Ciências da Educação e de Serviços e Transportes que registam as mais altas percentagens de indivíduos sem trabalho, respectivamente 53 por cento e 58,5 por cento.
Por outro lado, são os diplomados das áreas de Saúde (19,6 por cento) e de Arquitectura e Construção (22 por cento) que conseguem os mais baixos contingentes de finalistas que não encontram, quase imediatamente, colocação no mercado de trabalho.
Seis anos depois, os campos de saber onde se regista maior empregabilidade são a Informática e as Ciências Veterinárias, esta última com zero por cento de indivíduos sem ocupação.
No que diz respeito à demora até ao primeiro emprego, os diplomados de Saúde e Protecção Social são os que menos esperam, demorando apenas três meses a conseguir o primeiro trabalho. Os homens chegam lá mais depressa (5 meses) do que as mulheres (6 meses).
Os finalistas de Direito registaram o tempo médio de obtenção de emprego mais longo: 17 meses. No que diz respeito às diferenças entre sexos, apenas nas áreas das Ciências da Vida, das Ciências Veterinárias e da Saúde as mulheres conseguiram ser mais rápidas do que os homens a chegar ao mundo do trabalho.
Seis anos após o fim da licenciatura, 75 por cento dos diplomados já tem um contrato individual sem termo; 22 por cento, um vínculo com termo e 2 por cento recebem através de recibos verdes ou num regime semelhante.