Um grupo de amigos reúne-se, depois de mais um
Inverno, numa casa de campo e fala sobre as frustrações
de uma vida apagada, muito distante daquilo que tinham
sonhado, quando eram jovens. A peça é um
conjunto de interrogações sem resposta e
cada personagem tem um drama próprio que tem de
resolver. Mas no final tudo acaba bem, já que "é
preciso amar".
Assim começa e acaba "Partitura Inacabada",
a mais recente peça do tortosendense Paulo Matos.
No entanto, a peça não se resume à
adaptação do teatro de Tchékhov.
O encenador aposta num elenco de luxo formado por Virgílio
Castelo (Platónov), Carmen Santos (Anna Petrovna),
Fernanda Serrano, na sua estreia no teatro, (Sacha), Vitor
de Sousa (Glagólev), José Eduardo (Pétrin),
Cláudia Cadima (Sófia), João Didelet
(Dr. Triléski), Almeno Gonçalves (Óssip),
Leonor Alcácer (Grékova), Luís Aleluia
(Serguei) e o músico e compositor Nicholas McNair
(Yákov). Todos eles sobem agora ao palco, desde
o dia 9 de Fevereiro e até 17 de Março,
no Teatro da Trindade, em Lisboa.
Casa cheia durante três dias no Cine-Teatro Avenida
para ver "Partitura Inacabada". O mais recente
espectáculo de Paulo Matos, que estreou em Castelo
Branco e esteve em cena até ao 3 de Fevereiro,
resulta de uma co-produção entre o Teatro
da Trindade/INATEL, o Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco
e Arsenal d'Arte.
Paulo Matos adaptou à cena Platonov de Anton Tchékov,
transformado a partir de um filme de referência:
Peça Incompleta para Piano Mecânico, de Nikita
Mikhalkov. Uma comédia trágica onde a música
desempenha um papel chave. Segundo Nicholas McNair, músico
e compositor, a música não está definida
em lado nenhum. "Foi surgindo ao longo dos ensaios,
sempre em improvisação, e lentamente foi-se
consolidando embora eu tenha liberdade para a alterar
quando sentir que isso faz sentido. Mas os sons foram
aparecendo espontaneamente, por reacção
às personagens e aos actores que as interpretam",
explica McNair. As doze personagens correm ao som de uma
"Partitura Inacabada" na tentativa de se encontrarem.
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