No distrito de Castelo Branco, 50 por cento dos consumidores
de droga têm dependência profunda e os restantes
são consumidores ocasionais. Este o dado avançado
pelo secretário de Estado da Presidência
do Conselho de Ministros, Vitalino Canas, que na quarta-feira,
30, inaugurou em Castelo Branco as novas instalações
da Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência
(CDT).
A funcionar há sete meses, o CDT muda agora de
instalações e vai para o antigo edifício
da ex-Junta Autónoma de Estradas (JAE), junto ao
Governo Civil, local para o qual também vai o Núcleo
Distrital do Instituto Português da Droga e Toxicodependência.
A Comissão tem agora ao seu dispôr vários
gabinetes para técnicos, uma sala de reuniões
e um gabinete para uma psicóloga, que faz o acompanhamento
dos casos que para ali são encaminhados. Para Cecília
Dias, a presidente do CDT, este projecto é inovador
e visa a dissuasão do consumo, a protecção
das pessoas, a diminuição de riscos e a
reinserção na vida activa do consumidor.
Esta responsável salienta a boa articulação
mantida pela Comissão com as forças policiais
e diz que, até ao momento, a CDT já analisou
40 casos, com principal incidência em Outubro de
2001 (10 casos). Em Dezembro, por exemplo, não
houve nenhum. Destes 40 casos, 19 consumiam heroína
e 20 haxixe.
Já Vitalino Canas afirma que a nova maneira de
se abordar o problema da toxicodependência, em Portugal
(aludindo à nova legislação de Julho
de 2001), é um "exemplo pioneiro que está
a ser seguido por outros países. O receio da vandalização
do consumo não se concretizou. Não há
indicadores que mostrem um acréscimo de droga em
Portugal" explica o secretário de Estado.
Vitalino Canas salienta que as novas instalações
da Comissão, em Castelo Branco, de entre as 18
que existem no continente (mais 3 nos Açores e
uma na Madeira), são das melhores do País.
"Estas Comissões servem para nos dar um retrato
do que é a toxicodependência em Portugal.
Castelo Branco é um dos sítios em que a
Comissão tem menos trabalho, o que significa que
o distrito é dos que tem menos problemas"
explica este membro do Governo.
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