Foi, segundo o presidente da Assembleia Geral, António
Dias Rocha, uma das assembleias de sócios mais
participadas dos últimos anos. De facto, na sexta-feira,
1, foram muitas as pessoas que acorreram ao salão
dos Bombeiros Voluntários de Belmonte para saber
qual a real situação económica, financeira
e directiva da associação, numa assembleia
que tinha como ponto único a eleição
de novos corpos sociais. Porém, a mesma nada resolveu,
uma vez que nenhuma lista apareceu para ser votada.
Recorde-se que, como o NC noticiou a 18 de Janeiro, os
Bombeiros de Belmonte vivem um período algo conturbado,
atravessando uma crise directiva e financeira e que, há
já quatro anos (desde 1998), não aprova
contas. A direcção, liderada por João
Lucas Paiva, apresentou a sua demissão, mas esse
pedido não foi aceite pela assembleia na última
reunião. É pedido à direcção
para que se mantenha em funções até
dia 3 de Abril, altura em que deverá haver nova
assembleia, na qual terá que apresentar as contas
relativas a 1998, 1999, 2000 e, se possível, 2001.
"Com esta proposta, que eu personalizei e apresentei
à assembleia, sendo aprovada por unanimidade, penso
que há condições para aparecer um
grupo de pessoas que considere esta instituição.
Esta associação não é uma
associação qualquer, é a mais importante.
Tem de ser respeitada, tem de ser considerada, assumindo
as responsabilidades que temos de assumir, quer nós,
quer os restantes corpos sociais que havia na instituição.
Esperamos que, antes de 3 de Abril, tenhamos condições
para virar uma página nesta instituição"
salienta o presidente da Assembleia Geral, António
Dias Rocha, em declarações à Rádio
Caria. Quando confrontado com a hipótese de liderar
uma lista para a direcção, Dias Rocha diz
que nunca fugiu às suas responsabilidades e que
"não ponho de parte essa hipótese,
se sentir que o meu contributo, por mais modesto que seja,
possa ser útil a Belmonte e à instituição.
Estarei sempre disponível" afirma.
Instabilidade afecta trabalho dos bombeiros
Toda a instabilidade directiva acaba por influenciar
os próprios bombeiros. Quem o afirma é o
comandante da corporação, António
Leitão, que em declarações à
mesma rádio diz que já existe uma certa
desmotivação nos seus homens. "Eles,
ao verem que há determinado tipo de acusações
que são feitas à direcção,
também são atingidos e de alguma forma ficam
revoltados, apesar de nada terem a ver com isso. Esta
é uma casa que neste momento está a atravessar
um momento difícil e que não deveria estar.
Devia estar no topo, uma vez que é a associação
que serve todos os munícipes do concelho"
afirma. António Leitão mostra, no entanto,
satisfação pela grande participação
na reunião de sexta-feira e diz acreditar "nas
promessas de Dias Rocha de que efectivamente o dia 3 de
Abril seja uma data limite e de que, nesse dia, iremos
ter as contas aprovadas e em simultâneo as eleições,
para esquecer tudo que está para trás"
salienta o comandante.
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