A exposição, no âmbito
da "Cultura Politécnica", está
patente até 26 de Fevereiro, no Cine-Teatro Avenida,
em Castelo Branco
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Livro editado
e exposição em Castelo Branco
Cheiram a tinta as letras
de Jorge dos Reis
O designer responsável
pela renovação gráfica do Notícias
da Covilhã acaba de editar mais um livro. A obra
é acompanhada por uma exposição e
sublinha que a tipografia, apesar de ameaçada pela
tecnologia, pode ser uma paixão.
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Sérgio
Felizardo
NC/Urbi et orbi
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"O design é,
hoje, uma actividade assente nas tecnologias do futuro.
No entanto, o grafismo que interessa, o design que procura
o conforto, a legibilidade e a literacia, mas também,
e sobretudo, aquele que se preocupa com a estrutura, não
é de todo programável". Esta afirmação
de Jorge dos Reis é um dos fundamentos da iniciativa
"três em um" levada a cabo pelo designer,
natural de Unhais da Serra, em Castelo Branco. Uma exposição,
a edição de um livro e uma palestra foram,
na última terça-feira, 29 de Janeiro, o culminar
de um trabalho desenvolvido quer a nível pessoal,
quer no âmbito das suas múltiplas actividades.
No entender de Jorge dos Reis, responsável pela renovação
gráfica do NOTÍCIAS DA COVILHÃ, "por
muitos computadores que se inventem e utilizem, o processo
de intervenção tipográfica é
sempre artesanal, porque lida com a individualidade, com
a pessoalíssima visão autoral que caracteriza
a disciplina". Uma visão que pode ser testemunhada
quando se percorre a mostra dos seus trabalhos (em exposição
na Sala da Nora do Cine-Teatro Avenida até 26 de
Fevereiro), ou quando se folheiam as páginas de "Depois
de Gutenberg". A obra de Jorge dos Reis parece que
"cheira a tinta", de tal forma transpira a sua
paixão pelo trabalho tipográfico, pelas letras
que se podem tocar. Como ele próprio defende, "a
tipografia, enquanto existir, será essa fissura do
passado, que sussurra no ouvido do futuro, dizendo em pianíssimo
que o excesso de emoção gráfica se
coloca hoje em detrimento da racionalidade do projecto e
da estrutura". É, também, por isso, que,
"Depois de Gutenberg" é considerado pela
Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico
de Castelo Branco, onde o autor lecciona, como um manual
de ensino. Aquilo que se pode considerar como um "espaço
físico" onde os alunos aprendem o que a tecnologia,
um dia, pode "engolir". "Numa sociedade extensiva,
globalizada e surpreendentemente provinciana, aos designers
é pedido que não esqueçam o paradoxo
entre indústria e artesanato, bem patente na tipografia
gutenberguiana".
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