Terminou no fim da semana passada o restauro de um dos
tectos de alto valor patrimonial do antigo Solar das Morgadas,
actual sede do Partido Comunista da Covilhã. O
tecto da Sala dos Continentes "estava bastante degradado",
afirma Conceição, técnica de restauro,
acrescentando "o temas das pinturas é muito
raro. Normalmente as gravuras desta altura abordam temas
religiosos", explica.
As pinturas deste salão representam as quatro partes
do mundo.
"O restauro correu como estava previsto", refere
uma das técnicas responsáveis por este trabalho,
efectuado por uma equipa da empresa Arte&Restauro,
como apoio do IPPAR e da Região de Turismo da Serra
da Estrela. Os trabalhos demoraram três semanas
e quatro dias, repartidos por diferentes fases. Além
do levantamento da camada de verniz , o reverso das pinturas
foi também limpo e substituídas as madeiras
estragadas.
Já foi pedido um orçamento a esta empresa
para o restauro do tecto da capela situada no mesmo solar,
mas ainda não há data prevista para início
da execução das obras.
A pintura do século XVII, encomendada por Simão
Cordeiro Tavares Cardoso, proprietário do Solar,
em 1642, foi objecto de estudo por parte de dois historiadores
de arte. Vítor Serrão e Ricardo Silva, da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, descobriram,
através das suas investigações, que
só perto do fim do século estas gravuras
começaram a ser pintadas, pela oficina de Manuel
Pereira, mestre de óleo da Covilhã.
Um património de valor histórico único
na cidade da Covilhã que em breve poderá
abrir as portas ao público.
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