Marisa Miranda
NC/Urbi et Orbi


Descontentes com os horários dos transportes quer os levam à Escola, os alunos da EB 2/3 do Tortosendo fecharam os portões a cadeado

"Queremos um autocarro só para nós". Eis as palavras de ordem que se ouviam na segunda-feira, 28 de Janeiro, em frente à Escola EB 2,3 do Tortosendo. Os alunos fecharam a cadeado os portões da escola para protestar contra "a falta de condições e os horários desajustados" dos autocarros que transportam os estudantes do Ourondinho, Cortes e Bouça.
"Os autocarros chegam muito cedo e temos de estar muito tempo à espera", afirma uma das alunas. Cansados de virem de pé no autocarro e de se levantarem cedo para depois estarem à espera pelo início das aulas, os estudantes prometem continuar com o protesto até conseguirem o que reivindicam. "Vamos continuar com esta greve até termos um autocarro, pavilhão e tudo em condições. Somos alunos, somos humanos e temos direito como os outros", referem os estudantes. A greve apanhou de surpresa pais e professores. O presidente da Comissão Executiva, José Alfredo Costa explica que desde o início do ano a Escola e a Associação de Pais têm tentado solucionar o problema no sentido de, pelo menos minimizar o tempo de espera dos alunos. "Já resolvemos a situação dos alunos transportados da Coutada, Peso, Vales e Dominguiso, mas quanto aos alunos das Cortes ainda não foi possível, apesar de termos tentado sempre e de continuarmos a tentar", salienta José Alfredo Costa que apesar de compreender os alunos, não pode apoiar o boicote. Também a Associação de Pais demarca-se desta iniciativa. "Não estamos ao lado destas acções isoladas porque não é assim que se resolvem os problemas", explica o presidente da Associação de Pais, Francisco Roque.
A vereadora da Câmara Municipal da Covilhã com o pelouro da Educação explica que tudo está a ser cumprido de acordo com a Lei. Segundo Maria do Rosário Pinto da Rocha, "os alunos não estão a esperar mais do que os 45 minutos previstos na Lei, não estão a demorar mais do que os 60 minutos de transporte, nem estão a ser largados a mais de três quilómetros do edifício escolar". Para além disso e segundo indicações do Conselho Executivo, Maria do Rosário explica que as crianças não ficam na rua. "As exigências têm de parar no momento em que deixam de ser possíveis. Temos de ter calma e ver o que se está a pedir", afirma a vereadora. Quanto às queixas dos alunos sobre as más condições dos autocarros e lotação excessiva, o gerente da empresa responsável pelo transporte, Auto - Transportes do Fundão, António Pião diz "que essa não é a situação normal". "Desde Outubro já fomos controlados pela GNR três ou quatro vezes e não foram encontradas pessoas a mais nos autocarros", sublinha Pião.

 



Educação Física só ao ar livre

Os alunos da EB 2/3 do Tortosendo reivindicam um pavilhão gimnodesportivo, uma vez que neste momento estão a fazer Educação Física ao ar livre.
O presidente da Comissão Executiva da Escola, José Alfredo Costa, explica que a instituição de ensino suspendeu o protocolo com o Unidos do Tortosendo, onde os alunos praticavam a disciplina, pois "os esquentadores não apresentavam condições de segurança, não havia exaustão de gás e os pendentes do pavilhão estão em risco de cair". O responsável garante, ainda, ter indicações de que o pavilhão "pode estar para breve".