Uma nova empresa para gerir os recursos hídricos
do município da Covilhã vai ser constituída,
ainda este mês, ficando assim também resolvido
o tão conturbado processo de construção
da nova Barragem das Penhas II. Esta a novidade adiantada
ao NC, pelo presidente da Câmara da Covilhã,
Carlos Pinto, após na quarta-feira, 30, ter reunido
em Lisboa com o ministro do Ambiente, José Sócrates.
Segundo o autarca, a nova empresa terá a participação
da Câmara, em 48 por cento, da Águas do Zêzere
e Côa (48 por cento) e da Associação
de Municípios da Cova da Beira (AMCB), mas apenas
em quatro por cento. Assim, diz Pinto, a autarquia "fica
com peso na administração", podendo
desde logo, discutir a questão dos preços
da água. A Câmara irá ainda aderir
ao sistema de distribuição de água
em alta e remodelar o sistema de esgotos, de modo a que
se construa uma grande ETAR na cidade. Esta empresa será
oficialmente formalizada, diz o autarca, na terceira semana
de Fevereiro. Na reunião de quarta-feira Pinto
assegurou também um contrato programa para reparação
da Barragem do Viriato, no valor de 300 mil contos.
Já na sexta-feira, 25, em Castelo Branco, José
Sócrates adiantava ao NC que o processo de construção
da nova barragem das Penhas da Saúde estava a avançar.
Sócrates manifestava ainda a vontade de ver a Câmara
da Covilhã integrar o Sistema Intermunicipal da
Águas do Zêzere e Côa, "pois é
preciso construir, com urgência, as ETAR's no concelho",
salientava o ministro. A solução está
agora encontrada, com a constituição da
nova empresa.
Recorde-se que, há já algum tempo, Ministério
do Ambiente e Câmara da Covilhã medem um
braço de ferro no que toca às responsabilidades
de construção das barragens das Penhas II
e da Atalaia. Para Carlos Pinto, a intenção
do Ministério era deixar na gaveta os projectos
para as duas albufeiras, de modo a que, assim, o municipio
integrasse a Àguas do Zêzere e Côa.
Mas Pinto considerava que, caso a Covilhã integrasse
esta empresa multimunicipal responsável pela rede
de abastecimento e saneamento de águas em toda
a região, o preço da água aumentaria,
lesando os munícipes. Já o administrador
dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento
da Covilhã (SMAS), Alçada Rosa, referindo-se
à nova barragem a construir em Castelo Branco,
refere que é "um escândalo gastarem-se
milhões num concelho que está perfeitamente
servido de água até 2005. Precisamos de
água. Não podemos continuar com esta situação
porque nos arriscamos a que, num ano ou mês, não
haja água na Covilhã" explica o administrador
dos SMAS.
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