O jornal online da Universidade da Beira Interior, Urbi
et Orbi nasceu há dois anos, pela mão de
António Fidalgo, "pai" da ideia e seu
director desde então. "A concepção
do jornal ganhou corpo quando me surgiu o título
Urbi et Orbi - Jornal da Ubi, da Covilhã, da Região
e do Resto. A piada estava em associar Urbi a Ubi, e a
Covilhã (Urbi significa cidade em latim) e Orbi
(que significa mundo em latim) a Resto", lembra.
E se em Agosto de 1999 nascia a ideia, a 7 de Fevereiro
de 2000 ela era finalmente posta em prática, "através
do empenho de várias pessoas, das quais se destacam
Anabela Gradim, directora adjunta do Urbi, que contribui
com o know how da sua vasta experiência como
jornalista, e Catarina Moura, designer gráfica
e primeira chefe de redacção do jornal",
explica António Fidalgo.
O Urbi foi criado com o objectivo de dotar os alunos do
curso de Ciências da Comunicação de
um instrumento de trabalho novo e fundamental no seu percurso
de aprendizagem. A ideia de utilizar um suporte digital
surgiu naturalmente, no seguimento da BOCC (Biblioteca
Online de Ciências da Comunicação),
que já existia desde Maio de 1999, e a par de outros
projectos que nasceram mais ou menos na mesma altura e
continuam no que é agora o LabCom (Laboratório
de Comunicação).
"O objectivo essencial era introduzir os alunos do
Curso de Ciências da Comunicação no
novo tipo de fazer jornalismo", explica António
Fidalgo. "Tive a noção de que o jornalismo
on line obrigaria a novos tipos de escrita e nada melhor
que treinar isso na realidade através de um jornal
do Curso".
O modelo do Urbi quando saiu
pela primeira vez
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"Os alunos, porque isto
era uma experiência pioneira, ficaram entusiasmadíssimos,
especialmente quando finalmente pusemos os primeiros
números on line", lembra Anabela Gradim,
directora adjunta do Urbi.
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Para António Fidalgo, elemento essencial para
que a intenção se tornasse realidade foi
a experiência de há muitos anos de Anabela
Gradim, e, sobretudo, o empenho da designer gráfica
do Urbi e primeira chefe de redacção, Catarina
Moura. "Sem essa equipa nunca teria havido o Urbi.
A minha intenção teria ficado intenção".
Um trabalho nada fácil numa altura em que "nem
sabíamos ainda bem trabalhar com todos os programas",
comenta a designer. "No início, quase nenhum
dos alunos que trabalhavam para o jornal tinha e-mail,
e o simples envio de uma peça se tornava uma complicação".
Hoje esses pequenos detalhes técnicos fazem parte
da rotina de todos.
Catarina Moura lembra que nos
primeiros tempos, a falta de um local fixo para redacção
do jornal criou várias dificuldades, nomeadamente
a inexistência de um local certo para envio de correspondência
ou fax. Uma máquina fotográfica muito pouco
moderna servia cerca de 20 alunos que, junto com Catarina
Moura, elaboravam cerca de 70 peças para cada edição
semanal. "Era uma odisseia, por exemplo, arranjar
imagens, porque só havia uma máquina fotográfica,
que embora digital, já era antiga, não funcionava
lá muito bem e não permitia produzir imagens
de qualidade", recorda Anabela Gradim. A lacuna causada
pela falta de meios técnicos era superada pela
boa vontade e trabalho árduo dos que nos primeiros
tempos acompanharam o crescer deste veículo de
informação on line da UBI.
De qualquer forma, o projecto desde sempre colheu simpatias,
e foi recebendo ajudas desinteressadas. Do Notícias
da Covilhã, que há poucas semanas completou
89 anos de vida, por exemplo, e a quem o Urbi deve muito
pela disponibilidade para cooperar que sempre manifestaram,
ajudando a construir uma agenda numa altura em que o jornal
era pouco conhecido, e permitindo a publicação
das suas notícias nas páginas virtuais do
Urbi.
Um" milagre" todas
as semanas
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O segundo modelo, que saiu pela primeira vez na
edição nº 19
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"Quando o jornal ficava pronto, à segunda
feira à noite, no momento de o colocar on-line,
aquilo parecia-me sempre um milagre", comenta António
Fidalgo.
As segundas feiras, dia de fecho de edição,
foram sempre um dia mítico para quem trabalhou
ou colaborou com o Urbi. Mas, todas as terças,
sem excepção, em qualquer computador ligado
à internet pelo mundo fora, era possível
conhecer as notícias da UBI, da Covilhã,
da Região e do Resto.
A importância do Urbi como laboratório também
não pode ser ignorada. "Os alunos neste momento
têm uma preparação viva em jornalismo,
que nunca poderiam ter sem o jornal. Têm de procurar
as notícias, redigi-las, cumprir prazos, etc. Tudo
em condições reais, ou melhor, mais do que
reais", refere o director do Urbi. "Ajudou muito
a preparação dos alunos de Atelier de Jornalismo,
e foi uma grande escola, terem de se debater com um ritmo
semanal de produção de notícias",
comenta Anabela Gradim.
Para Catarina Moura, o Urbi foi uma experiência
marcante. Foi o acaso que a conduziu à criação
das páginas virtuais do Urbi e, no final, à
decisão de não seguir uma carreira ligada
ao jornalismo. "Foi muito importante ter estado no
Urbi para perceber que não era jornalismo que queria
fazer", diz.
O modelo actual, online desde
a edição 43
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Curiosamente, Catarina aponta
como ocasião em que o jornal começou
a andar "sobre rodas", a altura em que
saiu da chefia de redacção. "Acho
que só quando entrou o novo design (o urbi
teve quatro modelos diferentes) e entrou a Raquel
Fragata, as coisas começaram a entrar nos
eixos", comenta.
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Não é por acaso que esse momento corresponde
à vinda definitiva da redacção do
Urbi para as instalações do LabCom, dotadas
de uma extensão telefónica, de uma morada,
de um número fixo de fax, e de mais equipamentos
necessários ao bem estar do jornal. Antes disso,
a redacção passou por quatro locais diferentes
e algumas dificuldades para se implementar como, aliás
é natural no arranque de qualquer publicação.
"Ninguém nos conhece, é muito difícil
obter informações, arranjar entrevistas,
fazer uma agenda... Depois ainda há aquele contingente
de incrédulos, que dificultam o trabalho porque
não acreditam que o jornal exista ou possa subsistir.
Mas é apenas natural: qualquer jornal que comece
de novo tem de enfrentar esses desafios", explica
Anabela Gradim. Desde há dois anos muita coisa
mudou, e hoje, o jornal já está, "felizmente,
muito bem equipado, bem implantado na cidade, sem dificuldades
de monta na busca de informação, e, creio,
com um trabalho sólido", defende.
"A nível gráfico atingiu uma estabilidade
funcional adaptada ao que o jornal é e pede",
sublinha a designer do Urbi.
"Basta olhar para o arquivo do jornal, e esse arquivo
é a riqueza da história da UBI, para ver
o que evoluímos", refere António Fidalgo.
Para o futuro o objectivo é evoluir sempre ao encontro
de novos métodos para informar, formar e distrair,
cada vez mais e melhor.
Não estão de parte as hipóteses de
acrescentar som e vídeo ao Urbi et Orbi mas, neste
momento, os meios técnicos ainda são escassos
para garantir que essa introdução seja bem
sucedida.
Naturalmente, se for esse o caso, recomeçar continuará
a ser sempre um desafio para todos, colaboradores, alunos
e profissionais ligados a este media virtual, tal como
é hoje e todas as semanas.
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