Por Sónia Balasteiro


Esteve a cargo de Sylviane Rigolet, mestre em Linguística Formal, a orientação da conferência organizada pelo SPZC

Ajudar os professores a resolver o problema dos maus resultados dos alunos em interpretação matemática e linguística foi o principal objectivo da acção de formação promovida pelo Sindicato de Professores da Zona Centro (SPZC) no passado dia 22 de Janeiro, terça feira, no auditório da ANIL. A iniciativa, sob o título "Entre a linguagem e a matemática: uma ponte possível?", foi orientada por Sylviane Rigolet, mestre em Linguística Formal. Na parte da tarde, a formadora apresentou ainda um seminário sobre o "uso funcional dos audiovisuais em meio escolar".
Esta acção de formação surgiu como reacção aos resultados do estudo Programme for International Student Assessment (PISA) realizado pela OCDE, a alunos de 32 países. Este estudo revelou que os estudantes portugueses, rondando os 15 anos de idade obtiveram maus resultados nos campos de literacia e matemática, uma vez que só ultrapassaram o México. Em literatura ficaram também nos últimos lugares. Para Carlos Costa, responsável pelo SPZC da Covilhã, a principal razão desta realidade é que "os alunos dão respostas académicas. Na prática, têm dificuldade em relacionar os conhecimentos adquiridos com o real. Na verdade, a língua e a matemática complementam-se. Ambas são essenciais ao desenvolvimento das pessoas". A iniciativa teve, assim, como principal assunto a relação entre a linguagem e a matemática. Carlos Costa considera que a solução do problema passa por interessar os alunos e acrescenta que "o estudo da língua não se resume a coleccionar palavras, é preciso saber aplicá-las com base na experiência. O mesmo se passa com a matemática que serve para organizar o pensamento, para raciocinar".

"Os professores querem poder responder a este desafio"

A acção de formação contou com uma grande participação por parte dos docentes dos vários sectores de ensino. "Os professores querem poder responder a este desafio" explica Carlos Costa. Com a nova revisão escolar, os professores ficaram sobrecarregados. Previa-se que houvessem alterações no programa mas isso não aconteceu, apenas foram acrescentadas novas áreas de estudo. Assim, os programas são muito extensos e os professores vêem-se obrigados a cumpri-los. Para além disso, existe um excesso de alunos nas turmas. "Daí, a necessidade que os professores sentem de continuar a sua formação", acrescenta Carlos Costa.
Na parte da tarde, realizou-se um seminário sobre o "uso funcional dos audiovisuais em meio escolar". Sylviane Rigolet procurou abordar a utilização pedagógica do filme, diaporama e computador, entre outros. O seminário contou apenas com 25 docentes, uma vez que representava uma vertente mais prática.
Ao contrário do que seria de esperar, a formadora não se referiu às novas tecnologias da informação, mas apresentou uma alternativa ao multimédia. Ensinou a construir um cartaz educativo, como organizá-lo, como utilizar o retroprojector na sala de aula, entre outros instrumentos.
O seu objetivo era mostrar como é possível ultrapassar a falta de condições na sala de aula, através dos meios tradicionais.