A situação instável em que alguns
trabalhadores das Minas da Panasqueira se encontram levou
a que os mesmos, em plenário realizado na sexta-feira,
18, cedessem em algumas reinvindicações
anteriormente feitas junto da empresa Beralt-Tin, no que
concerne à revisão do contrato colectivo
de trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria
Mineira, após reunião com a empresa e após
o plenário, afirma que os trabalhadores "aceitaram
os valores adiantados embora, muito aquém dos reinvindicados.
Decisão esta que teve por base as condições
da empresa e a instabilidade actual do mercado do Volfrâmio,
com a perspectiva de que, assim, seja dado o contributo
importante para se criarem condições favoráveis
em Abril, e seja feito novo acerto nos salários
e em outras matérias". É que, com o
cenário sombrio da quebra de cotação
em 8,5 dólares no mercado do volfrâmio e
redução na exportação do minério
em cerca de metade, a administração da Beralt-Tin
alega não haver condições para a
negociação desejável. Por isso, terá
aceitado um acerto salarial de três por cento, não
podendo qualquer trabalhador receber menos de 15 euros,
a actualização das anuidades (passam de
750 escudos para mil ( cinco euros), havendo lugar ao
pagamento mensal de cinco euros por cada ano de serviço,
até ao máximo de 12 anos de empresa.
Em relação ao subsídio de risco e
penosidade, bem como a duração do período
de férias (que o Sindicato pretende de 23 dias
úteis, acrescido em cada ano em mais dois dias
por cada seis meses trabalhados no fundo, no ano respectivo),
a administração da Beralt-Tin comprometeu-se
a responder no mês de Fevereiro. Em Abril, Sindicato
e empresa voltam a reunir.
Os trabalhadores presentes no Plenário, apesar
de tudo, criticam a direcção da APIMINERAL
de "teimosia" e "falta de consideração
pelos trabalhadores mineiros". E prometem continuar
a lutar para garantir que a legislação a
ser aprovada respeite o conteúdo do acordo de modernização
da Protecção Social, exigir medidas de gestão
eficazes para acautelar ameaças futuras e exigir
que os patrões façam os descontos sobre
a totalidade do salário "e os enviem para
a Segurança Social".
Todas estas decisões surgem dias depois de o Sindicato
ter denunciado a possibilidade de 40 trabalhadores ficarem
desempregados nas Minas da Panasqueira, já que
a Beralt-Tin não estaria a renovar os respectivos
contratos de trabalho. O responsável pela empresa,
Ramachondra Nike, justifica o despedimento de apenas "quatro
mineiros", porque a instabilidade do mercado a isso
obriga, uma vez que as vendas baixaram em 2001. Em Março
do ano passado, este responsável diz que o prejuízo
da empresa ascendia aos 600 mil contos. Porém,
o Sindicato tem uma versão diferente e salienta
que cerca de 15 trabalhadores já saíram
da empresa, pois os seus contratos não foram renovados,
e mais alguns também seguiram "viagem",
mas por decisão própria, procurando outras
alternativas no mercado de emprego.
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