António Fidalgo
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Resíduos e responsabilidade
Volta-se à estaca zero na eliminação
dos resíduos perigosos. Quando o PS chegou ao Governo
decidiu que a solução imposta pelo Governo
de Cavaco Silva, a incineração dedicada
em Estarreja, não deveria ser levada avante. O
Governo rosa achou que em vez da incineração
dedicada deveria haver co-incineração. Toda
a gente sabe o problema que isso tem criado, com a firmeza
do ministro José Sócrates, a falta de firmeza
do seu primeiro-ministro Guterres, e a recusa das populações
atingidas, nomeadamente Coimbra.
Durão Barroso vem dizer agora que com um governo
laranja não haverá co-incineração.
E é por isso que voltamos à estaca zero.
O país continua a produzir resíduos perigosos,
alguns perigosíssimos, e a dar-lhes o pior destino
que são as lixeiras. E não obstante qualquer
solução ser melhor que o estado de coisas
actual, os políticos, porque não concordam
com a solução proposta pelos seus antecessores,
porque não querem desagradar às populações,
ou simplesmente porque não têm coragem, começam
da estaca zero.
Não é bom para o país alterar decisões
fundamentais e batalhadas com a mudança de governos.
O país é o mesmo, os problemas são
os mesmos, e se pode haver soluções diferentes
para os problemas, é importante que se respeite
a autoridade do Estado, mesmo nas alternâncias políticas.
Lembramo-nos todos do erro do PS ao abolir as propinas
no ensino superior impostas pelo Governo de Cavaco Silva,
para depois ter de as introduzir novamente com a Lei do
Financiamento do Ensino Superior. O país sofreu
duas vezes as contestações dos estudantes
contra a imposição da mesma medida. Não
foi bom para ninguém no caso das propinas e agora
também não é bom para ninguém
no caso da eliminação dos resíduos
perigosos.
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