Os centros de Saúde
portugueses, pertencentes às cinco administrações
regionais (ARS), estão a ser objecto de um levantamento
exaustivo, por parte do Ministério da Saúde,
quanto às condições em que se encontram
as suas instalações. A tutela pretende até
finais de Fevereiro ter uma 'radiografia' pormenorizada
da actual situação. É que, mesmo antes
deste estudo, a secretária de Estado adjunta do ministro
da Saúde, Carmen Pignatelli, em declarações
à Agência Lusa, já se sabia que alguns
centros se encontram "em péssimas condições".
As conclusões do levantamento serão o ponto
de partida para as intervenções em instituições
do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que estão
previstas no programa "Humanização, Acesso
e Atendimento no Serviço Nacional de Saúde".
No distrito de Castelo Branco, segundo a governadora civil,
Alzira Serrasqueiro (até há bem pouco tempo
a responsável pela Sub-Região de Saúde),
não há que ter preocupações
quanto às condições que proporcionam
aos seus utentes. "Não nos preocupam do ponto
de vista de gestão, apenas, em alguns casos, na falta
de recursos humanos. Do ponto de vista de gestão,
os centros de Saúde do distrito são dos mais
exemplares a nível nacional. Penso que a nota vai
ser francamente positiva". Alzira Serrasqueiro aponta
o exemplo do centro de Saúde do Fundão, que
numa avaliação, em termos de qualidade, efectuada
por entidades exteriores ao Ministério no ano passado,
"ficou em quinto lugar, em termos nacionais. E de todos
os outros centros, nenhum ficou mal colocado" salienta
a governadora civil.
Médicos espanhóis 'fogem' para outros
distritos
Alzira Serrasqueiro pensa que a hipótese de médicos
espanhóis virem trabalhar para o distrito, de modo
a suprimir carências em termos de recursos humanos,
é uma possibilidade já pouco provável.
"Houve distritos vizinhos, como Portalegre e Guarda,
que conseguiram. Por exemplo, na Guarda, os médicos
antes de irem para a Covilhã passavam por aquela
cidade e ficavam lá. As expectativas, quanto a
isso, não me parecem as melhores" frisa a
governadora civil. Para Alzira Serrasqueiro, o grande
problema na falta de recursos humanos, é o facto
dos médicos estarem mal distribuídos pelo
território nacional. "Em Portugal não
há falta de médicos. Estão é
extremamente mal distribuídos. Há excesso
de médicos no Litoral e faltam alguns no Interior".
Por isso, salienta, o Ministério da Saúde
deverá incentivar a vinda de médicos para
a região. "Os médicos têm de
se sentir incentivados para aqui se virem instalar. É
preciso um conjunto de medidas financeiras, económicas,
sociais e familiares para que isso aconteça"
afirma Alzira Serrasqueiro.
Por fim, a governadora civil tem uma visão curiosa
em relação aos seus antecessores na Sub-Região.
"No tempo da Ana Manso e Vieira Pires, e não
quero dizer que são eles os responsáveis,
deixaram-se sair médicos para Coimbra. Muitos dos
que aqui deveriam estar a ocupar lugares de quadro, no
distrito, acabaram por sair daqui 'emprestados', pois
não iam para Coimbra ocupar lugares de quadro".
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