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Aprender fazendo
Certo dia o Urbi et Orbi surgiu. Há cem semanas,
precisamente. Para espanto, ansiedade e curiosidade de
todos era dada a hora da fusão entre a teoria e
a prática num espaço que serviria à
aplicação dos milhares de escritos e lidos
e teorizados currículos.
Na altura, ao anúncio correspondeu uma unânime
euforia irreflectida dos alunos. Depois viria, por mim
falo, o medo. Sim, pela primeira vez surgia um projecto
mais vasto nos seus objectivos e, em consequência,
mais exigente nos seus conteúdos, no comprometimento
de cada um dos seus colaboradores e na avaliação
dos resultados. À cidade e ao mundo. Sem analisar
profundamente todos estes factores, cada um de nós
ter-se-á perguntando como começar. Começando.
E muitas vezes, no período em que fui a responsável
pela redacção do Urbi, foi esse o meu conselho.
Depois foi necessário compreender a vergonha do
erro e a alegria do sucesso. Foi preciso exigir e abdicar.
Por vezes até foi preciso assumir e justificar.
Grosso modo, serão estes os sentimentos e ensinamentos
que retenho do período em que o Urbi marcava as
horas do relógio e os dias da semana.
Apesar de todas as dificuldades, conseguimos, todos, provar
que é possível ensinar e aprender doutra
forma. Trocou o passo e as pernas, uns pelos outros, mas
venceu o descrédito e, isto sim é importante,
cumpriu o seu primeiro objectivo: dar a possibilidade
a todos os alunos que passaram por esta redacção,
e a quem esta data também pertence, de se testarem
a si e de ensaiarem as fórmulas, noções
tantas vezes vagas e difíceis de remeter para o
real.
Por tudo isto, o Urbi foi, e lembrar-me-ei dele assim,
o laboratório onde aprendi fazendo.
p.s. - Um especial agradecimento
à Dr. Anabela Gradim pelo empenho e confiança
que nos incutiu. A toda a equipa do Urbi, seus colaboradores
e leitores um óptimo 2002.
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