Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


Com cerca de 360 metros de comprimento, a pista assegura condições de esqui semelhantes às da neve real

Os amantes do esqui já não têm que desesperar pela chegada do Inverno e da neve à Serra da Estrela. A cerca de 10 quilómetros a norte de Manteigas surge agora uma das maiores pistas sintéticas de esqui da Europa. Um manto branco numa das encostas da zona do Sameiro que assegura 360 metros de "pura adrenalina" e "condições idênticas às de deslizar em neve real". Quem o assegura é Arménio Matias, monitor do complexo. "A sensação é bastante parecida, embora, como é natural, haja mais atrito, principalmente quando aumenta a temperatura". Contudo, assegura, "a diferença é mínima e não impede a boa prática da modalidade".
Concebida a pensar em quase todas as vertentes dos desportos de neve, a pista dispõe, para além do traçado de 360 metros de esqui, de um percurso half-pipe com cerca de 150 metros para os amantes de snowboard. A formação também não foi descurada e, por isso, foi incluída no projecto uma "rampa" de escola com cerca 300 metros quadrados. Uma área que os instrutores de esqui aconselham aos menos experientes antes de se aventurarem na pista principal.

Lotação esgotada

Abertas desde 8 de Dezembro último, as pistas sintéticas têm sido alvo de uma procura intensa por parte dos amantes de esqui. Segundo Carlos Rodrigues, gestor e sócio do "Skiparque", da Turistrela, "a resposta por parte da população está a ser boa". Nos últimos dias, o complexo chegou a registar a entrada de cerca de 600 pessoas/dia, e o material chega a estar esgotado durante alguns momentos, uma vez que a pista tem lotação de 200 pessoas. O gestor reconhece que a afluência se deve à época alta do turismo na região, que no ano novo se enche de turistas em busca de neve, e à falta desta nas pistas da Torre. No entanto, acredita, "mesmo quando houver neve na Serra, o complexo vai continuar a ser bastante procurado. Por um lado porque as pistas da Estância de Esqui fecham às 16 horas, e as sintéticas estão abertas até às 23 ou até à meia-noite, e por outro, porque o Skiparque proporciona a prática da modalidade ao longo de todo o ano".



Tapete sintético apto a receber competição

Explorada em conjunto pela CERTAR e pela TURISTRELA, o complexo desportivo e de lazer envolveu verbas na ordem dos 400 mil contos. Feito a partir de estudos levados a cabo pela CERTAR, o tapete permite a possibilidade de criação de gelo devido às baixas temperaturas da Serra e conta com um sistema de arrefecimento incorporado debaixo do sintético. Os próprios esquis e pranchas de snowboard são ligeiramente diferentes dos utilizados em neve verdadeira. Isto porque, explica Carlos Rodrigues, "nas pistas sintéticas as temperaturas são positivas e por isso é necessário um material diferente nas solas dos esquis". Contudo, assegura, "a influência, a esquiar, é mínima e o tapete até pode ser utilizado por atletas em treino". A provar as palavras do gestor do parque está o facto de a Federação já ter dado o seu aval à realização de provas de competição no sintético de Manteigas.
No entanto, as valências do parque não se limitam às pistas de esqui. Apesar de alguns aspectos ainda necessitarem de cuidados, como a conclusão do calcetamento dos acessos e do parque de estacionamento, já estão prontos o parque de campismo, uma praia fluvial e uma área destinada a desportos radicais. Nos planos dos responsáveis do consórcio está ainda a construção de um aldeamento que será constituído por cerca de 25 bungalows, três dos quais, já estão concluídos. Segundo Carlos Rodrigues, esta é mais "uma oferta de qualidade de serviço na região". A comprová-lo está a afluência ao parque, que nos últimos dias não tem poupado trabalho aos funcionários.