Após quase 20 anos de ausência de "confrontos",
as equipas do Benfica de Lisboa e de Castelo Branco voltaram
a encontrar-se. A partida, de carácter amigável,
decorreu no sábado, 29 de Dezembro, e levou ao
Municipal de Castelo Branco vários milhares de
pessoas ansiosas por ver ao vivo alguns dos ídolos
que só estão habituados a acompanhar pela
televisão. A deslocação ao estádio
foi, no entanto, uma desilusão. Apesar de os cartazes
espalhados pela região anunciarem a vinda da equipa
principal do Benfica, quem compareceu foi a formação
B. E, ainda por cima, sem alguns dos principais titulares.
Pepa e Bruno Aguiar eram mesmo o "menos desconhecidos"
do conjunto orientado por António Veloso.
Quanto ao jogo, propriamente dito, também não
ficou a dever nada ao espectáculo. Com uma equipa
bastante jovem e irreverente, o Benfica dominou por completo
o primeiro quarto de hora. Aos 10 minutos, o conjunto
da capital chegava mesmo ao golo. Célio Pereira
ganha a bola no meio-campo, isola-se pelo lado direito
perante a apatia da defesa albicastrense e desfere um
remate cruzado sem hipótese de defesa para Valezim.
O golo teve o condão de despertar a equipa de Quim
Manuel que se tornou mais agressiva a defender e mais
objectiva a atacar. A reviravolta no marcador começou
aos 20 minutos. Depois de excelente entendimento dos atacantes
locais, Cristophe é carregado dentro da grande-área
benfiquista. Paulo Antunes, árbitro da partida,
bem colocado, não hesita e assinala a grande penalidade.
Canário, chamado à conversão, não
perdoa e restabelece a igualdade no marcador. A partir
do empate, os "encarnados" de Castelo Branco
puseram o pé no acelerador e partiram para cima
dos seus homónimos de Lisboa. Três minutos
depois da igualdade, os beirões desferem novo golpe
nas aspirações dos lisboetas. Depois de
Nuno Vaz já ter deixado o aviso com um remate forte
a roçar o poste de Nuno Marques, Joca não
esteve com meias medidas e marcou o segundo para os da
casa: Canário aproveita da melhor forma uma "fífia"
do lateral esquerdo do Benfica, centra para Ricas, que
falha o remate, e Joca, vindo de trás, remata para
o fundo das malhas.
Antes do intervalo, os albicastrenses ainda tentaram,
mas raramente conseguiram aproximar-se da baliza forasteira.
A melhor oportunidade pertenceu até ao Benfica
B com um cabeceamento do central Nuno Correia à
barra da baliza de Valezim.
Muitas substituições e pouco futebol
No intervalo os técnicos aproveitaram para fazer
algumas alterações no onze e na estratégia
das equipas, mas nem assim o espectáculo melhorou.
Depois de alguns minutos em que o jogo se tornou algo
violento, com entradas faltosas de ambos os lados, Paulo
Antunes conseguiu assentar a partida, mas o bom futebol
nunca apareceu no relvado do Municipal. Apesar disso,
era o Castelo Branco que dominava e criava as únicas
ocasiões de perigo. As inúmeras substituições
efectuadas pelos técnicos também não
trouxeram nada de novo ao futebol das duas equipas. Muito
pelo contrário: apenas serviram para quebrar o
ritmo de jogo. A 10 minutos do final do encontro surge
o terceiro do Benfica albicastrense. Telmo ganha do lado
esquerdo sem oposição da defensiva encarnada
e coloca em Lima que, sozinho perante o guardião
Paulo Lopes (que entrara a substituir Nuno Marques), amplia,
sem dificuldades, para 3-1.
A vitória assenta "que nem uma luva"
à equipa de Quim Manuel, por ter sido a mais inconformada
e a que mais procurou o triunfo. A formação
do Benfica, por seu turno, foi uma decepção
para o elevado número de adeptos que acorreram
ao Municipal, enchendo-o como há muito não
se via. A participação do público
foi, aliás, uma das notas mais positivas do encontro
entre o "clube da águia" lisboeta e a
sua sétima filial no País.
|