Ainda que o pagamento em euros
não seja tão comum como em escudos, os comerciantes
estão preparados
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Dupla circulação
gera problemas
Covilhanenses preferem
só o Euro
Desde 1 de Janeiro
que a nova moeda já faz parte do dia-a-dia de todos
os portugueses. Na Covilhã, o Euro foi bem aceite,
mas o Escudo continua a ser mais utilizado. A circulação
das duas moedas, no entanto, está a gerar alguma
confusão.
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Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi
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E o Euro aí está.
Ainda que tivessem passado poucos dias depois de ter sido
posta em circulação, a nova moeda foi festejada
por todos os europeus. No dia 2 de Janeiro, na passada quarta-feira,
cerca de 144 milhões de euros já andavam a
circular nos bolsos, porta-moedas e caixas multibanco dos
cidadãos e dos países que aderiram à
moeda única. A Covilhã não fugiu à
regra e os seus habitantes começam, ainda que aos
poucos, a lidar com o Euro. O NC foi para a rua ouvir as
primeiras impressões de alguns que já "mexem"
com a nova moeda. "As pessoas continuam a pagar em
escudos, porque ainda há muita confusão",
informa-nos Débora Amaro, empregada de uma tabacaria.
A nova moeda já a conhece e recebeu euros para pagar
ou um jornal, ou um maço de cigarros. No entanto
é peremptória quando diz que "só
devia existir uma moeda em circulação, pois
facilitava melhor os pagamentos". Ainda que não
esteja munida de uma máquina registadora para euros,
Débora Amaro afirma que vai dar "troco na mesma
moeda com que pagarem, porque as duas moedas juntas só
complicam as coisas". A situação é
idêntica para Sílvia Gomes, a trabalhar num
quiosque. "As pessoas ainda não estão
habituadas ao Euro. A primeira nota que recebi foi de 10
euros para pagar um jornal que custa 120 escudos. É
muito complicado. Fazemos sempre o troco com a ajuda da
máquina calculadora, mas mesmo assim as pessoas estão
sempre desconfiadas", explica. Para Pedro Figueiredo,
dono da discoteca "& Companhia", a adesão
de clientes a quererem pagar com a nova moeda ficou muito
aquém das expectativas. "Estava tudo a postos
para se receber e fazer trocos na nova moeda, mas só
fizemos cerca de dois por cento da facturação
total em euros".
A curiosidade, o receio de que o escudo já não
valha nada e a pressa de munir as caixas registadoras com
a nova moeda levaram a filas enormes por todos os bancos
na cidade covilhanense. Se para algumas pessoas a circulação
das duas moedas gera confusão e desconfiança,
há quem, pelo contrário, não veja com
preocupação e esteja a adaptar-se normalmente
à nova moeda. "Eu já me desenrasco bem.
Os clientes aceitam bem e ainda não houve casos em
que se tenham sentido enganados. Só ficam um pouco
confusos porque ainda não viram a moeda e não
a conhecem", afirma Lídio Alves, proprietário
da "Leitaria Triunfo". Desde segunda-feira, 31
de Dezembro, que os donos deste espaço possuem e
estão preparados para começar a trabalhar
com o Euro. Paula Torrão, a tomar café neste
estabelecimento, ficou surpresa pois pagou com escudos e
recebeu o troco em euros. "Ainda não efectuei
pagamentos em euros, mas recebi agora os primeiros",
comenta a administrativa. Ainda que não sinta dificuldade
em lidar com a nova moeda, Paula Torrão acredita
que "vai haver problemas para as pessoas de idade e
que não sabem ler". Já para o proprietário
do restaurante "Montiel", um dos poucos estabelecimentos
abertos ao público no primeiro dia do ano, António
Antão, a atenção é redobrada.
"Eu agora tenho por hábito alertar os clientes
para conferirem melhor o troco". Os seus empregados
possuem uma pequena máquina calculadora para, em
caso de necessidade, fazerem a conversão. "Estamos
preparados para fazer todo o tipo de troco, euros para escudos
e vice-versa", conclui Antão. Também
o vice-presidente da Associação Empresarial
da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP), Miguel
Bernardo não deixou de se pronunciar sobre a entrada
em circulação da moeda única. "Estou
convencido que haverá uma transição
natural e a partir do momento em que isso acontecer os problemas
serão circunstanciais", declara.
No geral, o Euro está a ser bem aceite pelos covilhanenses,
tal como a nível nacional. As novas moedas já
tilintam nas carteiras e nos bolsos. De todos os testemunhos
que o NC ouviu, uma conclusão pode ser tirada: tanto
clientes como comerciantes defendem que a circulação
das duas moedas gera alguma confusão. No entanto,
uma coisa é certa: o Escudo continua a "comandar"
os pagamentos e a pesar nas carteiras dos covilhanenses.
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