Apocalipse Nau De
Rui Zink
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É o último dia do milénio: três
homens e duas mulheres apostam tudo. As probabilidades não
são muitas. Se não tiverem sorte, perdem.
Se tiverem sorte, perdem. Porque o mundo vai acabar ao bater
da meia-noite. É o próprio Diabo quem o diz.
E o Diabo, como todos sabemos, nunca mente.
Esta comédia negra que retrata uma noite de passagem
de ano de uma familia em ruptura na viragem do milénio,
faz-nos pensar e rir.
Logo na primeira rajada, Zink explica o intrincado enredo
que envolve as cinco personagens do livro, um autêntico
Vietname. Para ele, o homem é um animal simbólico
que escolheu viver no inferno e a vida não é
mais do que uma sucessão de fins. E, à beira
da viragem de milénio, como à beira de um
abismo sem retorno, a nossa percepção de catástrofe
aumenta, enquanto a temperatura do inferno continua a mesma,
tépida.
Rui Zink nasceu em 1961, em Lisboa, mas passou a maior parte
da sua vida no Vietname. É professor, escreve ficção
e faz outra coisas.
Escritor de culto das camadas mais jovens, considerado alternativo
em relação ao panorama geral da literatura
portuguesa contemporânea, desde muito jovem que a
sua atitude se baseia numa intervenção artística
que tem assumido vários aspectos mas que é
sempre provocatória.
Apocalipse Nau é uma boa escolha para a entrada no
novo ano, mais do que para a saída do que já
passou.
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