Hélder Sequeira
NC/Urbi et Orbi


Centro Histórico da cidade será requalificado

A Guarda será, dentro de dois anos e meio, "uma cidade nova". Esta a convicção de António Saraiva, director executivo da Sociedade Polis Guarda.
Apostando na requalificação da cidade, em termos de urbanismo e ambiente, o Programa Polis será o mais abrangente possível na cidade da Guarda, "desde os transportes, com sistema alternativo e menos poluente à própria habitação, onde se destaca a de custos controlados. Inclui também a requalificação urbana, na parte antiga, o Centro Histórico e ainda uma requalificação paisagística que se irá desenvolver ao longo de uma frente de rio, sem uma grande expressão neste momento, que é o Rio Diz", como salienta António Saraiva.
O cronograma previsto está a ser integralmente garantido. No capítulo dos concursos "noventa por cento dos projectos estão entregues, para que toda a fase de concepção e de planeamento esteja concluída dentro dos prazos."

Monorail em estudo
O director executivo do Polis Guarda admite que "há, pontualmente, uma ou outra situação de obras, que estão a aparecer um pouco antecipadas ao que estava estipulado já que o grande movimento de estaleiro só está previsto a partir de Abril de 2002."
Embora se mantenha a essência da candidatura, com a evolução do Programa houve necessidade de introduzir algumas alterações aos projectos iniciais. "Não nos podemos esquecer que a candidatura apresentada teve por base o Plano Estratégico da Cidade da Guarda, documento reconhecido por todas as forças vivas como um instrumento de planeamento e definidor do futuro da Cidade", como recorda António Saraiva.
"As pequenas afinações que há a fazer são em termos de pormenor. Uma delas é a questão do transporte alternativo, o monorail, que gostaríamos de ver implementado, a ligar a zona alta à zona baixa da cidade." Este projecto está ainda por decidir tanto mais que se trata de "um sistema bastante caro para a rentabilidade que, para já, prevêem os estudos elaborados para o efeito."
Em relação aos estudos iniciais há igualmente outras pequenas alterações, como seja a denominada Quinta Ecológica, no Rio Diz. "De acordo com o que realmente se pretendia, o nome foi redefinido para Hortas Urbanas. Trata-se de um espaço onde os jardins de infância poderão ter o seu pedaço de terra para fazerem o contacto directo com o campo e com a nossa agricultura local através do lazer".
O Muro das Personalidades vai ter outra designação, surgindo agora denominado como Muro do Distrito. Esta alteração é justificada, segundo António Saraiva, "pelo facto da Guarda ser capital de distrito. Há que afirmá-lo nesta grande intervenção, porque não é só a Guarda que vai beneficiar dela. Esse muro será um pouco o representar de todos os concelhos que fazem parte do distrito, ficando concentrado naquele elemento escultórico e artístico o que há de mais importante de cada um. Trata-se, no fundo de uma marca do que é esta região".

 



Travar o crescimento desordenado

Questionado se o Polis não está a funcionar como justificação para obras de ordenamento citadino que não foram ainda concretizadas, o director executivo do Polis Guarda sustenta não ser um projecto apenas para esta cidade mas que também se estende a mais dezoito. "O Programa Polis está a colmatar um problema nacional. Portugal nunca teve cultura de planeamento e de urbanismo. Só há muito poucos anos se começou a desenvolver com a política da obrigatoriedade das câmara possuírem os Planos Directores Municipais (PDM), o que foi arrastando a que avançassem para planos de urbanização e planos de pormenor" explica Saraiva.
No caso da Guarda, como especifica, o Plano de Pormenor do Rio Diz já estava entregue, sendo um dos pontos previstos no próprio PDM, bem como o Plano de Pormenor do Centro Histórico, que estava a ser desenvolvido pelo Gabinete Técnico Local. "A falta de planeamento levou a que as cidades crescessem desordenadamente, não tendo qualquer visão do sobre o estudo cuidado e planeado do seu crescimento e do seu desenvolvimento", faz notar António Saraiva. Para este responsável, o Polis vem agora assumir a nova centralidade que irá ser a Estação da Guarda, porque já o é, de algum modo, mas sem um urbanismo cuidado."
Neste contexto, o Rio Diz irá funcionar como "eixo e como ponto de ligação de modo a criar uma uniformidade entre este espaço urbano. Esta intervenção poderá servir como um impulsionar de tudo o resto, como uma espécie de polvo, onde os sustentáculos se vão desenvolvendo e alargando a toda a volta, criando sinergias em redor desta intervenção", manifesta António Saraiva.
Na sua opinião, quando o Polis estiver concluído "iremos conhecer uma cidade nova porque, para além de toda a requalificação, em termos paisagísticos e ambientais", que poderão contribuir para aumentar os atractivos na Guarda.