Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


Para adquirir um saco com 10 Euros, a população teve que pagar dois mil e cinco escudos

A poucos dias da entrada em vigor do Euro, os portugueses, segundo as últimas sondagens e estudos, fazem parte do grupo dos melhor informados sobre a moeda única. A taxa de conversão não é difícil (200,482 escudos), mas ainda assim as entidades responsáveis mostram-se surpreendidas e acreditam que a integração do Euro em Portugal vai ser "fácil".
"Com o contacto com a nova moeda, as pessoas vão habituar-se rapidamente", acredita António Figueiredo, sub-gerente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) na Covilhã. As dúvidas, prossegue, "continuam sempre até ao primeiro dia, mas cedo se irão dissipar". O gerente acredita que até ao fim de Janeiro "os consumidores vão-se ambientar", até porque já foram tomando contacto com a nova moeda durante as duas últimas semanas. Nos balcões de quase todos os bancos estiveram disponíveis vários "Kits Euro". Um saco com um total de 10 euros que podia ser trocado por dois mil e cinco escudos. "Esgotaram no primeiro dia que foram postos à disposição", revela António Figueiredo queixando-se da insuficiência de "pacotes" face à procura e ao pedido feito ao Banco de Portugal. Mas a "corrida" ao Euro não se ficou pela CGD. Quase todos os bancos com balcão na cidade ficaram sem Kits em poucos dias ou com um número bastante reduzido.
Quanto às reservas para o início da circulação oficial em Janeiro, o funcionário da Caixa afirma ser o suficiente. Em todo o caso, explica, "se for necessário, há a possibilidade de pedir mais Euros ao Banco de Portugal". António Figueiredo prevê uma transição "pacífica", apesar de considerar que a franja mais idosa da população "tenha um pouco mais de dificuldades". No entanto, reitera, "Até ao final de Janeiro toda a gente estará compatibilizada com a nova unidade monetária, e quanto mais cedo os escudos desaparecerem de circulação, melhor é para todos".