Amélie Poulain não teve uma infância
feliz. Cresceu sozinha, privada da companhia das
outras crianças e encerrada à força
no seu mundo devido a alegadas arritmias cardíacas.
A mãe morreu e o pai transferiu todo o seu
afecto para um mausoléu com um duende de
jardim dedicado à mulher.
Quando chegou a idade de sair de casa, Amélie
foi para Paris, onde arranjou emprego como empregada
num café em Montmartre cuja gerente é
uma ex-bailarina equestre e onde também trabalham
uma mulher hipocondríaca e uma rapariga "endireita"
com uma vida amorosa torta.
Amélie, que tem uns olhos que parecem abraçar
o mundo e um sorriso traquina gosta de atirar pedrinhas
ao rio, partir a crosta estaladiça do leite
creme e chorar a imaginar-se autora de grandes feitos.
Mas um dia, um acontecimento vem alterar a sua vida
e fazer com que descubra que a sua verdadeira vocação
é melhorar a vida dos outros. Através
de uma série de estratagemas engenhosos,
Amélie consegue inundar de felicidade a vida
da porteira do prédio, do empregado da mercearia
da esquina, oprimido pelo patrão, da hipocondríaca
e do "homem de vidro", um velho vizinho
que sofre de uma fragilidade patológica dos
ossos e que passa a vida a pintar o mesmo quadro
de Renoir.
O que Amélie não consegue mudar, porém,
é a sua própria vida, hesitando em
procurar a felicidade junto de Nino (Mathieu Kassovitz),
um estranho personagem que colecciona fotografias
tipo passe que as pessoas deitam para o lixo e trabalha
em "part-time" num comboio-fantasma e
num "peep-show".
Uma visão poética de amor pela vida,
na Paris dos velhos bairros, das ruelas antigas
e das lojinhas tradicionais - em suma, "O Fabuloso
Destino de Amélie Poulain".
O filme, protagonizado por Audrey Tautou e Mathieu
Kassovitz, realizado por Jean-Pierre Jeunet mereceu
o carinho do público, que em todo o mundo
tem acorrido em massa para ver "Amélie
Poulain", cuja linguagem deve tanto à
banda desenhada como aos contos infantis, e que
nos faz sair da sala de cinema inundados por uma
estranha sensação de felicidade e
a acreditar num mundo melhor.
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