Para alguns homens e mulheres das
forças de segurança e bombeiros a noite
de Natal é a trabalhar
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Consoada diferente
Longe da família,
ao serviço dos cidadãos
Manda a tradição
que a noite de Natal seja passada em família. Mas
nem sempre é assim. Fomos à procura daqueles
que, por imposição da profissão,
passam a consoada longe da família
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Marisa Miranda
NC/Urbi et Orbi
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O espírito natalício
anda no ar. As ruas enchem-se de gente que compram os presentes
de última hora e preparam a Consoada. As famílias
reúnem-se, trocam presentes e aproveitam a noite
para conversar. Mas o mundo não pára e, por
isso, muitos profissionais têm de assegurar os serviços
indispensáveis ao bem-estar da população.
Este ano, João Fernandes, agente da PSP, vai passar
a ceia de Natal junto dos entes mais queridos. Mas às
duas da manhã o dever chama-o, veste a farda e troca
a companhia da família pela obrigação
de servir os outros. "Alguém tem de assegurar
determinados serviços para que os cidadãos
possam descansar e ter um Natal sossegado", explica
Fernandes. Mas na última quadra natalícia
Fernandes não teve tanta sorte e a meia-noite foi
passada junto dos colegas. "O Comando deu-nos uma benesse
e fizemos uma pequena refeição não
descurando os serviços mínimos", refere.
João Fernandes ainda lembra a primeira vez que passou
a consoada ao serviço da PSP, em 96 na divisão
de um aeroporto: "Foi bastante complicado pelo impacto
de me aperceber que esse ano iria ser diferente dos outros".
O tempo foi passando e agora Fernandes encara a situação
com alguma naturalidade. "Quando se tem alguma experiência
vai-se desvalorizando o não poder estarmos presentes,
dói sempre mas vamo-nos habituando porque sabemos
que há essa imposição e que alguém
tem de estar presente", realça.
Mas as histórias de uma noite de Natal diferente
também se repetem nos Bombeiros Voluntários
da Covilhã. Fernando Louro, bombeiro há 12
anos e motorista há seis passou a última Consoada
ao volante de uma ambulância que transportava um doente
para Coimbra. "Quando vamos em viagem lembramo-nos
sempre da família, das prendas mas é o nosso
trabalho e tem de ser assim", afirma. A única
companhia que teve nessa noite foi a da enfermeira e do
paciente. "É por uma boa causa porque o meu
lado é mau, mas o do doente é pior",
justifica.
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