por
ana maria fonseca
Dois gémeos siameses, Blake e Francis Falls,
vêem a sua vida transformar-se radicalmente
quando partem à procura da mãe que
os abandonou à nascença. A viagem
reencontra-os não só com a mãe
mas com um mundo até então desconhecido.
Os dois gémeos vivem em harmonia um com o
outro, resignados com o que a vida lhes reservou.
Michele Hicks vai encontrá-los na penumbra
de um quarto de hotel, onde se escondem para não
terem de encarar o espanto e o susto de quem os
vê. São diferentes apenas para quem
os olha como aberrações mas não
nas suas próprias perspectivas.
O aparecimento da bela Michele Hicks e a doença
de Francis, o irmão mais frágil, traz
alterações irremediáveis à
vida dos gémeos siameses.
A paixão de Blake por Michele vai desencadear
a revolta contida durante tantos anos pela obrigação
de ser inseparável do irmão.
Uma concepção desafiadora que põe
à prova a capacidade de encarar o menos comum,
o que à partida parece ser uma aberração
da natureza transforma-se em algo belo, regido pelos
sentimentos e pela força das uniões.
Uma história simples mas com uma força
emotiva avassaladora que arrasta consigo o espectador,
através da abordagem crua das emoções
e dos sentimentos dos dois irmãos.
ao mesmo tempo que dá uma lição
de vida, " Não esperes um final feliz...",
deixa uma ponta de esperança "não
há finais infelizes, o autor é que
não acabou de contar a história..."
envolve o espectador num enredo único, que
atribui ao que à primeira vista é
uma deficiência física, um dom de amor
incondicional.
|