No âmbito do processo de acreditação
Ordem visita Engenharia Aeronáutica

Uma Comissão de Acreditação veio à UBI verficar se as condições do curso de Engenharia Aeronáutica são as exigidas pela Ordem dos Engenheiros. Jorge Barata, presidente da Secção Científica da Unidade das Engenharias, está optimista e considera que esta acreditação é um "certificado de qualidade", caso se verifique.

Por Sónia Balasteiro


Jorge Barata considera que a acreditação "é um certificado de
qualidade"

O curso de Engenharia Aeronáutica pretende entrar na Ordem dos Engenheiros. O Departamento desta licenciatura foi visitado no passado dia 5 de Dezembro, por uma comissão de acreditação que veio verificar se estavam reunidas as condições mínimas para esse propósito. O programa da visita dividiu-se em várias sessões, entre as quais a visita às instalações e entrevistas a docentes, a finalistas e a pré-finalistas. Depois de verificadas as condições, caberá ao Conselho Directivo Nacional tomar a decisão definitiva.
Jorge Barata, presidente da Secção Científica da Unidade das Engenharias,
considera que a acreditação "é um certificado de qualidade", uma vez que "é uma avaliação independente de pessoas na sua maioria ligadas à indústria e às empresas. É bastante objectiva".
Todo este processo começou com a reunião de um dossier de acreditação que, quando terminado, foi entregue pela Universidade da Beira Interior (UBI) à Ordem dos Engenheiros em Abril do ano passado. Ali, foi feito um estudo desse dossier. A visita ao Departamento serviu para complementar as informações obtidas e tirar possíveis dúvidas.
A comissão da Ordem dos Engenheiros fará, então, um relatório com uma proposta da decisão submetida ao Conselho Directivo Nacional, presidido pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros. Esse relatório deve conter os fundamentos para o tipo da decisão proposta e para o período de tempo em que se considera aconselhável manter o curso acreditado.
Importa ainda referir que, caso se realize a acreditação do curso, todos os
alunos que se licenciem em Engeharia Aeronáutica poderão usufruir de todos os direitos que o título de Engenheiro confere.

"Os aspectos positivos devem ser ditos"

Esta licenciatura já existe há nove anos na UBI e o presidente da Secção Científica da Unidade das Engenharias, Jorge Barata, considera que o curso reuniu as condições necessárias para a acreditação.
Engenharia Aeronáutica é um curso que só existe na Academia Militar, que "só forma engenheiros conforme precisa deles", no Instituto Superior Técnico e na UBI.
Jorge Barata considera que "os aspectos positivos devem ser ditos". Quando o departamento mudou para as actuais instalações, "houve uma grande melhoria das condições de trabalho".
O presidente da Secção Científica da Unidade das Engenharias acha que as relações com os seus alunos são muito boas. "Estamos muito melhor que o Técnico", acrescenta. No entanto, considera que, em termos gerais, a UBI e o Técnico estão "de igual para igual". Assim, a UBI assume-se como formadora de profissionais competentes para Portugal e para a Europa.
Resta acrescentar que, caso a acreditação se realize, a Universidade da Beira Interior deverá fazer esforços no sentido dos alunos já licenciados também sejam reconhecidos pela Ordem porque "a estrutura curricular do curso praticamente não foi alterada", explica o presidente do departamento, Ivan Camelier.




Reconhecimento de Qualidade

Paulo Castro diz que "até hoje não tivemos ninguém com problemas de emprego"

 
Paulo Castro, presidente do Núcleo de Engenharia Aeronáutica da Associação Académica da UBI, considera que o papel do núcleo "é dizer que existe uma entidade que representa os alunos e os seus problemas".
Quanto ao mercado actual de trabalho, as suas perspectivas não poderiam ser melhores. "Até hoje não tivemos ninguém com problemas de emprego".
Esta acreditação será "o reconhecimento da qualidade do ensino virado para as empresas. Assegura a qualidade dos profissionais", esclarece.
Os estudantes que entraram este ano na licenciatura em Aeronáutica escolheram este curso, na sua maioria, em primeira opção. As médias de entrada oscilaram entre os 11 e os 16 valores, sendo que apenas um aluno teve uma nota inferior a 11,6.
Quanto aos "engenheiros aeronáuticos" que já terminaram o curso, a UBI requisitou dois dos seus antigos alunos como assistentes, e uma aluna como técnica. Há ainda um outro antigo estudante que se encontra a fazer doutoramento orientado pelo professor Jorge Barata.
A licenciatura em Engenharia Aeronáutica goza de uma situação particular, pois tem já um licenciado seu admitido pela Ordem dos Engenheiros.