Guarda
Associação
Comercial aperta o cinto por falta de verbas
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Por Victor Amaral
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"Não
nos podemos dar ao luxo de gastar muito dinheiro".
Jorge Godinho justifica assim o investimento de apenas
cinco mil contos na campanha "Natalices" de
animação comercial na cidade da Guarda (ver
caixa), comparada com gastos superiores no ano passado.
O presidente da Associação Comercial da
Guarda (ACG) torna evidentes "dificuldades"
na gestão corrente daquela instituição,
que decorrem, diz, de um atraso de pagamentos aprovados
pela tutela, ao abrigo de programas como o Procom, entre
outros, que deveriam ter chegado em Janeiro deste ano.
Godinho acusa o Governo pelo atraso de 11 meses no cumprimento
de uma obrigação, classificando-a como "uma
incoerência", e acrescenta que "são
milhares de contos" que estão por entrar nos
cofres daquela associação. A primeira consequência
é "uma gestão de muito rigor e redução
de custos" que inviabiliza algumas acções.
O presidente da ACG nega, contudo, um cenário de
despedimento de funcionários tendo havido, isso
sim, "um reajuste por carreiras profissionais".
A situação levanta sérias preocupações
tanto mais que a Associação "não
gera muita riqueza", reconhece Jorge Godinho. A solução
passa por autonomizar cada um dos departamentos de modo
a que "se paguem a si próprios". Para
o homem do leme há ideias em cima da mesa, havendo
pequenas acções que indiciam essa autonomia,
mas falta afinar ponteiros até à prática
plena. "Isto para que a estrutura não seja
um peso morto", defende Godinho lembrando que "o
trabalho associativo só dá despesa".
Godinho justifica que este não é um caso
isolado sendo um problema comum à maior parte das
associações congéneres do país.
Ao que tudo indica, o Concelho Empresarial do Centro (CEC),
entidade a que está associada a Comercial da Guarda,
deverá tomar em breve uma posição
pública contra o Governo face aos atrasos que comprometem
o normal funcionamento das instituições.
O presidente da Associação Comercial está
convicto de que o dinheiro em falta há-de vir,
mas o certo é que até lá nem todos
quantos lidam com aquela associação, directa
ou indirectamente, estão dispostos a esperar. É
o caso de alguns funcionários com salários
em atraso de centenas de contos, e de instituições
de crédito que já terão dado sinais
de eventual ruptura.
"Natalices" para ajudar
comércio tradicional
A maior campanha de Natal de
sempre na cidade da Guarda. É esta a promessa da
Associação do Comércio e Serviços
do Distrito (ACG) para uma iniciativa que envolve 80 estabelecimentos
da cidade, através de roteiros temáticos
nos vários sectores. "Natalices", nome
da campanha, tem ainda uma forte componente de animação,
de 10 a 20, com pais Natal a distribuir doces e brincadeiras
aos mais pequenos. Haverá insufláveis, matraquilhos
humanos e os gladiadores de cotonetes.
A iniciativa tem como objectivo central a promoção
do comércio tradicional, havendo prémios
para quem comprar nas lojas aderentes, que estarão
sinalizadas com uma árvore de natal e um tapete.
O consumidor fica habilitado ao sorteio de uma viagem
para duas pessoas ao Nordeste Brasileiro, ao preencher
o verso do talão de compra com dados pessoais e
depositando-o em caixas para o efeito. O sorteio é
efectuado na sede da ACG no dia 21, sexta-feira. Para
os segundo e terceiro classificados o prémio é,
respectivamente, um aparelho de DVD e Mini Hi Fi. As crianças
são igualmente prendadas, neste sorteio, com uma
consola "dreamcast", e dois "game boy".
Jorge Godinho, presidente da ACG, destaca a importância
do evento para os comerciantes, nomeadamente da zona histórica,
criticando ao mesmo tempo o poder municipal pelo atraso
na concretização das obras no casco antigo
da cidade. O responsável defende a ideia de fazer
daquela zona "um centro comercial ao ar livre".
"É inacreditável que o centro histórico
não esteja reconstruído para ali se fazer
animação comercial a sério",
lamenta Godinho.
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