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Jorge Sampaio
nas comemorações do Dia Internacional da
Pessoa com Deficiência
Dificuldades sociais
subsistem
O presidente da República
salienta que espera pelos números dos Censos 2001
para saber quantos são e como vivem os deficientes
do nosso País.
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Por Céu
Lourenço
NC/Urbi et Orbi
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O presidente da República,
Jorge Sampaio, diz estar preocupado por não existirem
dados actualizados acerca do número e características
dos deficientes em Portugal, uma lacuna grave "pelo
que representa de exclusão de elevado número
de cidadãos". Por isso, espera ter no mais rápido
espaço de tempo acesso aos dados dos Censos 2001.
Esta a ideia deixada na segunda-feira, 3, em Castelo Branco,
por Jorge Sampaio que presidiu às Comemorações
do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Jorge Sampaio refere que ainda faltam garantias quanto ao
futuro das crianças e jovens portadores de deficiência
e que a sua integração económica e
social é difícil. "Desde longa data este
imperativo vem sendo objecto de estudo. Porém, ao
contrário das expectativas criadas, a eliminação
de barreiras, nomeadamente arquitectónicas, é
a excepção e não a regra. Subsistem,
em geral, as dificuldades no acesso ao ensino, ao trabalho,
aos transportes, à comunicação e a
quase tudo o que respeita à vida social e económica".
Quanto aos chamados 'grandes dependentes', Sampaio afirma
que perdura ainda a tradição "da responsabilidade
recair, em primeiro lugar, sobre a família e, subsidiariamente,
sobre outras entidades. Nem o trabalho profissional fora
do lar, nem os cuidados permanentes necessários,
nem os custos financeiros têm contribuído para
alterar o princípio da responsabilização
familiar".
Por isso, o presidente da República propõe
que uma consciência colectiva dos problemas sociais,
sem a qual "falta uma das bases nucleares do processo
de procura de soluções. Esta implica parceiras
dos grupos, instituições e organismos públicos.
Sem esta acção, não se preenchem lacunas".
Jorge Sampaio salienta, no entanto, que todo este trabalho
tem que ser avaliado "regularmente, a fim de melhor
se adequarem aos objectivos". E por fim Sampaio relembra
que a co-responsabilidade, em toda esta temática,
é alargada, ou seja, diz respeito ao compromisso
"de todos os grupos de acção social,
instituições e organismos públicos,
de modo a que não fiquem de fora nenhum problema
nem nenhuma pessoa que sofre".
De referir que à margem das comemorações
ficou a Associação Portuguesa de Deficientes,
por considerar que o Governou "marginalizou as pessoas
com deficiência e as suas organizações
da concepção e organização de
uma efeméride que a estes diz directamente respeito".
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