por
fátima fonseca
A película baseada no romance da escritora
Elfriede Jelinek, conta a história de Erika
Kohut, uma professora de piano, que dá aulas
no Conservatório de Viena.
Erika é uma mulher de meia idade, fria e
solitária.
A sua vida gira em torno da mãe, com quem
vive e que a oprime, mas da qual ela não
se consegue libertar. Juntas vivem uma intensa relação
que deambula entre o amor e o ódio.
O único escape de Erika é a vivência
da sua sexualidade reprimida, e delineada em rituais
de auto-mutilação e de um "voyeurismo"
mórbido. As suas experiências constroem-se
na frequência de cinemas pornográficos
e "peep shows".
Um dia num recital de piano, um jovem apaixona-se
pela forma envolvente de Erika tocar piano e passa
a ser seu aluno. Ele tenta conquistá-la mas
ela impõe entre os dois uma relação
de subjugação total que os leva ao
limite da obsessão um pelo outro e pelos
rituais em que procuram sempre ultrapassar os limites
do convencional, rondando a loucura.
A Pianista é um filme intenso e perturbador,
onde se questiona o amor, a obsessão e a
moralidade em jogos psicológicos brutais
entre as personagens, ao qual o espectador não
consegue permanecer indiferente.
Este filme conquistou o Grande Prémio do
Júri do último Festival de Cannes
. Importa também realçar as magníficas
interpretações de Isabelle Huppert
e Benoît
Magimel, que venceram os Prémios de Interpretação
Feminina e Masculina deste
certame.
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