As adegas do País dizem-se
prejudicadas pela nova taxa de álcool permitida
e ameaçam boicotar as autárquicas
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Produtores querem
taxa nos 0.5
Adega ameaça boicotar
autárquicas
Pedro Gouveia, responsável
da Cooperativa da Covilhã, diz que os sócios
podem não votar nas autárquicas. Outra opção
passa pelo boicote exclusivo aos candidatos com a cor
do Governo.
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Por João
Alves
NC/Urbi et Orbi
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"Não votar,
ou pura e simplesmente, não votar no PS". É
esta a hipótese avançada pelo responsável
da Adega Cooperativa da Covilhã, Pedro Gouveia, para
as próximas autárquicas, caso a taxa de alcoolémia
continue nos 0,2 gramas de álcool por litro de sangue.
Na segunda-feira, 26, cerca de sete mil pessoas marcaram
presença numa manifestação realizada
em Lisboa contestando a taxa e a hipótese de biocote
às eleições de 16 de Dezembro foi mesmo
avançada pelo presidente da Federação
Nacional das Adegas Cooperativas (Fenadegas), Aurélio
de Carvalho. "Mas só em caso extremo",
salvaguarda o responsável.
Recorde-se que desde que a nova taxa (0,2 em vez dos anteriores
0,5) foi promulgada, a contestação por parte
dos responsáveis por este sector tem sido grande,
pedindo a anulação da mesma e o regresso ao
anterior limite. O secretário-geral da Confederação
Nacional das Cooperativas Agrícolas (Confagri), Francisco
Silva, em declarações ao Diário de
Notícias, salienta que os 0,2 "são uma
estupidez" pois, garante, "só a partir
dos 0,7 ou 0,8 pode ser alterada a condução".
Por estas razões, está de pé a hipótese
de boicote. Na Covilhã, Pedro Gouveia diz que gostava
que as coisas fossem diferentes, "mas esta parece ser
a única maneira de o Governo ver alguma coisa. Se
tiver que ser, será. Não é um boicote
contra a actual Câmara, que tem colaborado connosco.
Por isso, ou os sócios não votam, ou pura
e simplesmente não votam no PS", salienta.
Quanto à manifestação no Terreiro do
Paço, Gouveia diz ter ficado satisfeito pela adesão
dos sócios (cerca de 170), mas continua a afirmar
que a Lei não faz sentido, até porque em Setembro
"houve mais acidentes que no mês anterior".
Quanto ao facto do primeiro-ministro, António Guterres,
se ter disponibilizado para uma reunião com as adegas
no dia 6 de Dezembro, Pedro Gouveia diz não saber
se se trata "de uma maior abertura ou se é por
causa das eleições. O que se está a
passar é injusto para nós, produtores e consumidores.
Este mês tivemos uma quebra de 30 por cento nas vendas
e isto é grave porque é nesta altura, perto
do Natal, que costumamos vender mais vinho".
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