Por Carla Loureiro


A verba do PIDDAC para a esquadra da PSP deixa indignado o autarca da Covilhã

A Comissão Política Concelhia do PSD da Covilhã já reagiu às verbas atribuídas pelo PIDDAC Regionalizado 2002. Em conferência de imprensa na última quinta-feira, 15, Alçada Rosa, presidente da Concelhia, mostrou-se "indignado" com as declarações feitas por José Carlos Lavrador relativamente a este assunto. "Ficámos escandalizados com o contentamento demonstrado pelo deputado Carlos Lavrador". E mais: "Como é que um candidato à Câmara da Covilhã dá uma conferência de imprensa em que se diz satisfeito com estas verbas atribuídas?", questiona Alçada Rosa.
Segundo o PIDDAC e tal como o NC referiu na última edição, a Covilhã vai receber dois milhões e 130 mil contos, ficando atrás de Castelo Branco. Verbas que, segundo a Concelhia, demonstram, uma vez mais, "uma política discriminatória por parte do Governo que se mantém já desde 1995". "Não temos as mesmas despesas que Castelo Branco. Antes pelo contrário. Somos uma cidade de montanha e por isso os investimentos são todos mais caros", explica o presidente da Concelhia. As contas apresentadas pelo PSD concluem que enquanto "cada eleitor da Covilhã é contemplado com um investimento efectuado pelo Governo de 185 mil escudos, o eleitor de Castelo Branco pode contar com um inmvestimento de 265 mil. Quer dizer, mais 43 por cento que o eleitor covilhanense". A "surpresa" dos social-democratas não acaba por aqui. "Este candidato pouco atento, mostra-se igualmente contente com o facto de Castelo Branco, entre 1995 e 2002, ter obtido um aumento de investimento do Estado de 12 por cento em relação à Covilhã".
Alçada Rosa quis deixar bem claro que "não há aqui qualquer tipo de bairrismo", no entanto, "queremos o melhor para Castelo Branco, mas não queremos, de maneira nenhuma, ser discriminados. Castelo Branco tem benefícios que julgamos injustos", declara.
Joaquim Matias, vereador na Câmara, também não deixou de se pronunciar: "Esse senhor não vai ser eleito para a autarquia e se o fosse aqui está o comportamento que ele iria ter em termos reivindicativos para com a Covilhã. Ele é pura e simplesmente um taxista de frete do PS e do Governo".

CDU e PP insatisfeitos

Também a CDU, através de Luís Garra, já expressou ao NC que este PIDDAC "é miserável, não apenas para a Covilhã, mas sobretudo para o distrito e para o Interior. Acho que existe uma discriminação de toda a região. No que diz respeito à Covilhã, é lamentável verificar que a periférica não está contemplada. É o que faz alguns políticos da nossa praça se terem manifestado contra a regionalização". Já Guerra Tavares, do PP, salienta que as verbas "são insuficientes para aquilo que a Covilhã precisa. O dinheiro deve ser atribuído em função de critérios correctos, para que não acontençam disparidades entre nós e Castelo Branco. É fundamental ter um tratamento equitativo".
Já depois da reacção do PSD a este orçamento, o NC confrontou José Carlos Lavrador que continua a afirmar que "a cidade não se pode queixar. O PIDDAC cresce para a Covilhã, que vê certas aspirações satisfeitas como o quartel da GNR no Ferro e a esquadra da PSP na Covilhã". Este último exemplo do socialista é, por outro lado, indicado pelo presidente da Câmara, Carlos Pinto, como um dos aspectos mais negativos da distribuição de verbas: "O edifício da Polícia está em situação de degradação e o Plano só lhe atribui 40 mil contos quando eram necessários mais de 300 mil". Isto, conclui, "só pode significar que o Governo não tem qualquer intenção de resolver a situação dos homens que ali trabalham.