O Canil Municipal situado
no parque industrial do Canhoso foi inaugurado no passado
Domingo, 18, sob o olhar atento de vários populares
e de membros da Associação Protectora e Amiga
de Todos os Animais, sediada na Covilhã, a Patita.
Joaquim Matias, vereador do Ambiente e Salubridade Pública
da autarquia covilhanense encabeçou a visita guiada
àquele que será um canil "inovador".
O novo Canil Municipal tem capacidade para albergar entre
50 e 60 animais, entre cães e gatos e está
dotado de três salas de observação.
Uma capacidade considerável se tivermos em conta
que no antigo canil nunca estiveram mais de "10 ou
11 animais em cativeiro" simultaneamente.
47 mil contos foi quanto custou esta casa para os animais
do concelho da Covilhã. Desta quantia, 30 mil foram
atribuídos pela Associação de Desenvolvimento
Rural (RUDE).
Entre este novo canil e o antigo existe uma diferença
"como entre o dia e a noite", disse o vereador.
O canil tem seis celas colectivas, onde cabem cerca de 50
animais, entre câes e gatos, seis celas individuais,
um gabinete médico-veterinário, serviços
administrativos, instalações sanitárias,
uma cozinha onde serão confeccionadas as refeições
dos animais, um espaço exterior onde estes poderão
andar livremente, uma sala de espera e ainda uma sala de
abate.
Sobre esta questão, Joaquim Matias afirma que já
pediu aos serviços que seja evitado " o abate
de animais porque criámos esta estrutura para apoiar
os animais e não para os abater". "Só
em manifesta necessidade é que um animal será
abatido. Um animal que seja portador de doenças infecto-contagiosas
facilmente transmissíveis, por exemplo. Só
em último caso serão abatidos", garantiu.
Heldér Bonifácio,
Carlos Pinto e Joaquim Matias
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O regulamento que ordena o
funcionamento do canil já foi aprovado em
sessão de Câmara com a colaboração
do Gabinete jurídico, do veterinário
municipal Helder Bonifácio e da Patita.
O vereador do Ambiente e da Salubridade Pública
agradeceu o empenho e ajuda da Patita para a concretização
desta estrutura, uma vez que a motivação
que trouxeram foi uma mais valia. "Estamos
disponíveis para celebrar um protocolo de
cooperação entre Câmara e Patita",
afirmou.
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"Vamos ser as árvores que aqui faltam"
Para Rosa Maria Duarte, presidente da Patita, esta é
uma obra muito importante mas "se não tiver
um lado humano a tratar dos animais é um espaço
morto", diz.
Em termos de estrutura "é um bom canil, mas
falta a árvore para o cão fazer o chichi",
brinca. Para esta protectora dos animais, o Canil "corresponde
a todas as regras necessárias para funcionar bem
mas falta-lhe o lado humano" que a Patita vai representar.
"Vamos ser as árvores que aqui faltam".
O regulamento que existe para os canis municipais prevê
a morte dos animais. "O vereador já se mostrou
disponível para que isso não aconteça"
e será também celebrado um protocolo nesse
sentido. O trabalho que a Patita vai empreender no novo
canil municipal prende-se com o lado humano, nomeadamente
"no sentido de que os animais nunca cheguem à
sala de abate". Isso vai ser feito através
de campanhas de sensibilização junto da
população para o não abandono dos
animais, para a esterilização dos animais
e também através do "encaminhamento
dos animais que estejam no canil, alertando as pessoas
para os animais que aqui estão para ser adoptados",
evitando assim que eles sejam mortos.
A data de abate dos animais foi alargada de três
dias para uma semana, "o que nos dá mais espaço
de manobra", sublinha.
Para já o canil não tem capacidade para
"funcionar como hotel", albergando animais com
donos que se ausentem temporariamente.
O hotel para animais é um passo seguinte a dar
pela Câmara Municipal, no sentido de completar a
prestação de serviços aos munícipes
e aos seus animais de estimação. Este equipamento
de apoio, a concretizar, terá de funcionar "num
espaço não contíguo ao novo canil,
uma vez que há a possibilidade de haver transmissão
de doenças", explica Joaquim Matias. "Vamos
evoluir para a concepção de um novo espaço
onde seja possível receber temporariamente os animais",
afirma. Um hotel para cães e gatos onde, em períodos
sazonais as pessoas possam deixar os seus animais.
Carlos Pinto presidiu à inauguração
desta estrutura que classificou de obra "inovadora"
e "surpreendente", inexistente nos outros municípios
do país.
"Uma sociedade evoluída deve cuidar dos animais",
disse. " É tempo deixar de ver animais abandonados
e atropelados nas estradas, algo que a todos choca".
"A construção deste espaço marca
uma viragem no tratamento dos animais no nosso concelho"
referiu o autarca.
O veterinário municipal, Hélder Bonifácio,
grande impulsionador desta ideia, esteve também
presente na inauguração do novo espaço
"É um canil exemplar porque foi feito segundo
as normas que a direcção geral propôs,
dentro do que é preciso. Tem todas as características
para funcionar bem", referiu.
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