O pavilhão da Anil
recebeu na passada quarta feira, dia 7, as Tunas de Engenharia
da Faculdade do Porto e do Instituto Superior de Castelo
Branco, e as Tunas da UBI. Nunca uma Recepção
ao Caloiro na Covilhã tinha vibrado tanto com os
diversos sons académicos. A noite acabou com a malícia
de Quim Barreiros a ecoar pelo pavilhão.
A primeira actuação da noite coube à
Tuna Masculina do Instituto Superior de Castelo Branco.
Esta tuna nasceu em 1998 com o fim da tuna mista, uma vez
que se trata de um instituto de engenharias e os alunos
são maioritariamente do sexo masculino. Já
com um cd editado seu maior orgulho é terem a cargo
a realização anual do Festival Internacional
de Tunas, em Março, ex-libris da vida académica
da cidade de Castelo Branco. Estar na Covilhã foi
surpreendente pois, para além de não contarem
com o pavilhão tão cheio, a qualidade do som
era óptima.
Já a Tuna Masculina da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, apontou as más condições
de som "não tínhamos som de retorno,
mas tentámos trabalhar com os meios que nos puseram
à disposição" comenta o porta
voz. Com treze anos, são a segunda tuna mais antiga
da cidade do Porto e consideram que as tunas têm um
papel muito importante numa academia "promovem o convívio
musical e social, são um elo de ligação
entre a academia e as tradições" acrescenta.
O momento áureo da noite deu-se com a subida da Tuna
Masculina da UBI ao palco. Após a actuação
da Tuna Feminina, os nossos rapazes entraram no pavilhão
com mísseis e espingardas de papel para se manifestarem
contra o álcool nas tunas. De seguida, e porque estavam
com muita sede, pediram, muito cordialmente, que lhes fossem
levados ao palco vinte e dois shots e vinte e duas imperiais.
O pavilhão vibrou ao som do hino da academia que
descrevia na perfeição o ambiente vivido na
Anil- "São bezanas ambulantes, capas negras
de estudantes, a beber à desgarrada...". Segundo
alguns elementos da tuna este foi o melhor concerto de sempre,
nunca tinham sentido o público tão perto.
"Nós somos mesmo
assim, a irreverência é a nossa essência.
Não nos consideramos uma tuna, isso é
uma imposição social, somos uma
orquestra académica. Não nos identificamos
com as tunas de agora, que negaram as suas origens
e se transformaram em meros fazedores de música
comercial para estudantes" comenta um dos
membros.
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Quim Barreiros animou os presentes no pavilhão
da ANIL com o seu estilo "brejeiro"
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A malícia de Quim Barreiros
Quim Barreiros, com uma personalidade muito própria,
foi o último a animar o pavilhão. Com os
níveis de álcool no sangue bastante altos,
os estudantes, entre sorrisos "inocentes", lá
iam gritando "chupa à Teresa". "Todos
gostam de mim" comenta Quim Barreiros, "gostam
da minha malícia e da minha irreverência".
Com uma longa carreira, lembra-se dos tempos em que começou
a cantar, na altura do 25 de Abril de 74, onde quase tudo
era censurado. Já tem mais de sessenta trabalhos
editados e digressões por todo o mundo. "Nasci
para cantar este tipo de música e tenho muito orgulho
do que faço" esclarece o cantor. Gosta de
tocar para todas as faixas etárias, mas afirma
que é mais fácil cantar para os jovens,
"só tenho que lhes dar o mote e eles cantam
e dançam comigo" conclui.
Cansados de um dia de latada e uma noite de euforia, pouco
a pouco, os estudantes foram abandonando o pavilhão
que até às seis da manhã se manteve
com música de discoteca.
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