Por Sílvia Lopes


Coube aos "Arcada Kafé Orxestra" o encerramento do Festival de Teatro da Covilhã, este ano

Os Arcada Kafé Orxestra encerraram no passado sábado o Festival de Teatro 2001. O Café Teatro do GICC encheu-se de pessoas que ao som de Jazz comemoraram um São Martinho adiantado. Boa música, castanhas e jeropiga acolheram o público após a excelente actuação da Companhia D´Artes do Brasil.
Esta banda de Évora toca um Jazz com misturas europeias de Klemer, música de origem Judaica, onde as notas viajam entre um saxofone e um violoncelo, uma bateria e um órgão, um trompete e um kazu. O projecto iniciou-se este Verão, hà pouco mais de quatro meses, no seio de um grupo de amigos que partilhavam o mesmo hobby: o gosto pela música. Todos os elementos já tinham abraçado projectos anteriores, mas o desejo de tocar uma música sem pretensões, com o único objectivo de promover o prazer, levou-os a criar uma banda diferente. "Somos muito anárquicos" comenta Gil Nave, saxofone, "nunca ensaiamos e não ambicionamos editar nada. Queremos apenas tocar e pôr as pessoas a dançar".
Sempre de olhos na pauta, transmitiam uma paixão pela música própria de quem toca por "amor à camisola". Habituados a actuar em casamentos, a animar festas onde toda a gente começava a dançar, sentiram-se frustrados ao ver o público sentado, de mãos nos bolsos e pernas entrelaçadas, na tentativa de enganar o frio. "Sabemos que estava muito frio, mas mesmo assim considero esta noite uma tentativa falhada. Não alcançamos o nosso objectivo, quase ninguém dançou" acrescenta o saxofonista. "Não ligues Gil, esses são da brigada do reumático" grita um dos poucos que se atreveu a utilizar o pequeno espaço amplo que servia de pista.
Contudo, vir à Covilhã, a convite de amigos, encerrar este espectáculo foi uma boa experiência. " Já cá tinha estado mais vezes, é uma cidade muito bonita" conclui o porta voz do grupo.