" O Gato Lucas e a Tia Zizi"
interpretados por Nelson Boggio e
Miguel Mendes
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Festival de
Teatro da Covilhã
"O Gato Lucas e
a Tia Zizi"
Mistério, encanto, sedução, amor
e magia envolveram uma plateia atenta a mais uma peça
do Festival de Teatro da Covilhã.
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Por Liliana
Correia
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Na passada quinta-feira,
8 de Novembro, o Teatro da Garagem levou à cena "O
Gato Lucas e a Tia Zizi", na sala de espectáculos
do Teatro das Beiras, inserido no Festival de Teatro da
Covilhã.
A peça, da autoria e encenação de Carlos
Jorge Pessoa, envolve duas personagens que se transformam
e buscam o amor "na noite de todos os encantos e misérias".
O Gato Lucas, mistura de homem e de gato, é um funcionário
modesto e insatisfeito durante o dia, que se transforma
num sedutor gato à noite. A Tia Zizi usa o lado misterioso
da noite para seduzir e encontrar o amor.
Em toda a peça evocam-se os encantos e os mistérios
da noite, a libertação das pessoas em busca
do elemento primordial da vida: o amor.
A tia Zizi é o elemento mais concreto dessa busca,
pois "por amor a uma mulher e por a ter abandonado,
se transforma em mulher como forma da sua própria
redenção", esclarece Miguel Mendes, actor
do Teatro da Garagem.
Para este actor, a peça não se debruça
somente sobre a noite, como é também "uma
chamada de atenção para a importância
de uma visão mais feminina da realidade".
Toda a peça, com todos
os seus elementos, como o jogo de luzes, a música
sedutora e forte, os figurinos que remetem para
uma realidade social e o diálogo poético,
envolveu a plateia numa atmosfera de magia. O
cenário, composto por sete cestos iluminados,
formando um círculo, equivale a sete etapas
de iniciação do Gato Lucas; "é
um percurso que tem
muito de emocional e racional", e em que
a Zizi, "com a troca de ideias, tenta encaminhar
o Gato Lucas numa descoberta qualquer", sublinha
Miguel Mendes.
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O cenário, revestido de simbologia, equivale
às sete etapas de iniciação
e descoberta do Gato Lucas
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Orlando Paraíba, um espectador, aponta uma crítica
à interpretação dos actores, pois "não
deixaram respirar o texto", dificultando a sua compreensão
por parte do público, embora tenha apreciado os movimentos
corporais e a riqueza do texto "que era, de facto,
muito denso, muito rico e muito bonito".
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