Foi na passada quarta-feira,
dia 7 de Novembro, que se realizou mais um desfile da latada
integrado nos festejos da Recepção ao Caloiro
2001. Como manda a tradição da academia, os
caloiros saíram uma vez mais à rua para representar
os seus cursos num desfile aguardado pelos populares. Este
ano, devido às obras do programa Polis, o habitual
percurso a terminar no pelourinho teve que ser alterado.
O desfile partiu do pólo I da UBI, por volta das
14h 30m, e acabou ao fim da tarde, no campo das festas,
onde as licenciaturas fizeram o seu discurso. O curso de
Gestão foi o grande vencedor!
Com a ajuda de São Martinho, o sol espelhava a excitação
dos caloiros que ao início da tarde se começaram
a juntar à frente da UBI. O contraste das cores e
dos carros alegóricos despertava a curiosidade das
pessoas - residentes, pais e avós babados - que se
aglomeravam pelos passeios e muros ao longo do percurso.
Gritos e hinos ecoavam pelas ruas da cidade e entre saltos,
ondas e cambalhotas, lá ia mais um golito de vinho.
E como a tradição continua mas o tempo corre,
o velho burro foi este ano substituído por uma carrinha
com mais agilidade e capacidade de carga que deixou os pobres
caloiros, pouco habituados a sair debaixo das «saias
da mamã», completamente de rastos. «Lá
vai mais um» comentava uma senhora ao ouvir o aproximar
das sirenes. A azáfama das ambulâncias, que
normalmente é sinónimo de desgraça,
espalhava sorrisos entre os espectadores que encararam todo
este dia como uma brincadeira onde, segundo a Sra. Ana,
tia de um caloiro de electromecânica, são permitidos
alguns exageros «coitadinhos, é só hoje,
depois têm muito que estudar», conclui.
«Só cá
falta o Bin Laden»
Num desfile animado pelos mais
diversos temas, nem as catástrofes da actualidade
mundial foram ignoradas. Engenharia Civil recriou
as Torres Gémeas e Aeronáutica,
a título de brincadeira, seguia atrás
com um avião.
«Só cá falta o Bin Laden»
gracejava André, caloiro de Ciências
do Desporto. Gestão, o curso vencedor,
inspirou-se nos mistérios do espaço,
porque «só mesmo os extraterrestres
para ensinarem em tão pouco tempo
os portugueses a lidar com o Euro» gritava
um caloiro de Gestão.
|

A título de brincadeira os caloiros de Engenharia
Aeronáutica seguiam as "Torres Gémeas"
com o seu avião.
|
«A guerra das audiências» entre os
diferentes canais de televisão foi retratada pelo
curso de Ciências da Comunicação,
segundo classificado, que, como os restantes cursos, no
meio de tanta excitação ignoravam as ordens
dos seus veteranos e apenas se organizavam ao passar pelo
júri. Quando eram avisados da presença de
um grupo de veteranos trajados e de bloco de notas na
mão, dispunham-se em filas, erguiam os cartazes
e cantavam as músicas do curso na tentativa de
alcançar um lugar no pódio.
Já de noite, os que conseguiram chegar ao campo
das festas escolheram um representante que, acompanhado
de um(a) veterano(a), subiu ao palco para enaltecer o
seu curso e, num vocabulário pouco próprio,
criticar as restantes licenciaturas e o sistema de ensino.
A ordem do reitor para que a universidade apague as luzes
a partir das cinco horas da tarde foi o assunto mais explorado.
«Nós até queremos estudar, mas o senhor
reitor não nos deixa ver nada. Não temos
culpa destes malditos cortes orçamentais. Como
é que vamos à casa de banho» gritava
em coro a claque de Design Têxtil.
Cansados e com muito álcool no sangue era chegada
a hora de voltar a casa para recarregar baterias. A noite
continuou no pavilhão da Anil, onde, entre a actuação
das Tunas e do Quim Barreiros, foi anunciado o vencedor
da Latada 2001. «Pró ano há mais»...
|