por
ana maria fonseca
No âmbito do ciclo de cinema " O Lugar
da Imagem entre o cinema e as artes", o Teatro-Cine
recebeu, na noite de Sábado, uma presença
especial.
Charlie Chaplin e a sua visão dos Tempos
Modernos, acompanhado pelo som que dois DJ's emprestaram
ao filme.
Um toque de Big Brother num olhar ainda inocente
sobre a sociedade da vigilância e uma crítica
inconformada às injustiças sociais
que marcaram os EUA no período da Grande
Depressão.
Denunciando os perigos da industrialização
e da alienação do Homem face ao
cada vez maior poder da "Máquina",
Chaplin passeia a sua personagem pela conturbada
América dos anos 30.
As más condições que as fábricas
ofereciam aos trabalhadores, a sua luta para arranjar
colocação em empregos sempre instáveis,
as manifestações que terminavam
sempre com represálias por parte da autoridade,
a desumanização das pessoas... Todas
estas situações são apresentadas
segundo o olhar do eterno vagabundo, ingenuamente
cómico mas sempre com um espírito
inconformista e esperançoso, capaz de resistir
a todos os desafios e opressões, com que
continuamente era confrontado.
O sonho é afinal, o destino possível
para Charlot, a sua companheira e enfim, para
o povo aqui representado na imagem inocente de
Charlot.
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