António Fidalgo
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Fazer a Comunidade Científica
A ciência não se faz sem uma comunidade científica.
Sobretudo desde os trabalhos de Thomas S. Kuhn sobre a
estrutura das revoluções científicas,
esta intelecção tem vindo a afirmar-se e
a ser abundantemente explorada tanto na epistemologia
como na sociologia da ciência. Vem esta consideração
inicial a propósito do recente II Congresso Nacional
de Ciências da Comunicação, realizado
em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian,
entre 15 e 17 de Outubro de 2001, e onde a UBI teve um
papel de destaque. Com efeito, a UBI teve uma forte presença
no congresso com uma dezena de comunicações,
sobretudo de doutorandos (Ver programa do Congresso em
www.sopcom.ubi.pt/congresso)
As ciências da comunicação são
muito recentes em Portugal e a comunidade científica
encontra-se em plena fase de formação. Os
cursos superiores de comunicação tiveram
uma autêntica explosão no decurso da década
de noventa e são hoje dos cursos superiores com
mais procura. Obviamente que uma comunidade científica
não se constitui com a rapidez e a facilidade com
que se criam cursos superiores em Portugal. São
precisos anos, e muito esforço, para criar uma
comunidade de investigadores, editar revistas e publicar
colecções de livros da área. Os doutoramentos
em ciências da comunicação realizados
em Portugal terão sido até agora pouco mais
de 20.
A forte participação da UBI no congresso
nacional é um modo de afirmação,
mas também uma via privilegiada de testar a sua
actividade enquanto comunidade de investigadores que devem
ser avaliados pelos seus pares. É em parceria e
em confronto com a comunidade científica, nacional
e estrangeira, que uma pequena comunidade científica
na UBI deve medir-se e avaliar do trabalho que vem desenvolvendo.
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