Notícias da Covilhã
- O Governo acaba de anunciar cortes orçamentais
na GNR a nível nacional. De que modo vão afectar
o funcionamento dos postos e destacamento do concelho da
Covilhã?
Albino Tavares - De momento temos que ter grande cuidado
no que diz respeito a consumo de combustível, papel,
electricidade, água, etc. Portanto, há que
haver um controlo muito mais efectivo e rigoroso do que
o que se fazia até agora.
Até agora era possível ultrapassar as cotações
que nos atribuiam anualmente ou mensalmente. A partir deste
momento é preciso seguir as instruções
à risca.
NC - O que é que isso implica ao nível
do trabalho e das rotinas da GNR?
A.T. - Implica, essencialmente, mais patrulhamentos apeados.
NC - Até que ponto isso pode prejudicar o trabalho
dos agentes?
A.T. - É muito desvantajoso em termos de área
percorrida, pois não podemos cobrir a mesma de
um modo tão efectivo como se fazia, principalmente
em zonas mais afastadas.
Por outro lado também tem vantagens, pois permite
uma maior proximidade, contacto e comunicação
entre os guardas e as populações. O que,
de alguma forma, compensa a menor frequência das
patrulhas. De qualquer modo, o número de patrulhas
vai ser exactamente o mesmo.
NC - Esta redução da área de patrulha
não pode pôr em causa a segurança
dos cidadãos?
A.T. - Não acredito. Em zonas vastas que sejam
servidas apenas por um posto, as pessoas poderão
ver menos vezes um militar da GNR. Felizmente, no caso
concreto da Covilhã, os postos, de uma forma geral,
têm áreas pequenas e por isso essa situação
não nos afecta muito.
Novo quartel do Tortosendo à espera do Ministério
NC - O Posto de Caria fechou a meio do ano. Até
agora têm sido os agentes de Belmonte a fazer a
patrulha. Esta situação vai manter-se, ou
prevê-se a reabertura?
A.T. - Por enquanto vai manter-se assim, exactamente conforme
está. Os postos "tipo B", que é
o caso, a partir das 17 horas e 30 fecham a porta, e haverá
um agrupamento de postos que permite fazer o patrulhamento
a esses locais. Contrariamente ao que se pensa, isto permite
fazer patrulhas mais intensivas.
NC - Como assim?
A.T. - Em vez de estarem dois agentes dentro do posto,
com a porta aberta, o posto é fechado e os militares
são reunidos numa área e vão, efectivamente,
para a rua. Com este método é possível
haver mais segurança.
NC - Em relação ao posto do Tortosendo,
que precisa de obras de remodelação, o que
está previsto?
A.T. - Está o projecto feito para um novo quartel.
Até lá, vamos tentar melhorar as condições
que existem ou, pelo menos, impedir que se degradem mais.
Temos essa obrigação, mas vai ser um pouco
difícil devido a estes cortes e ao facto de se
aproximar o final do ano, que é uma fase mais complicada
em termos de rigor orçamental.
NC - Já podem ser avançadas datas para
o início dos trabalhos?
A.T. - No que se refere ao novo quartel, não depende
tanto da GNR, mas de uma disponibilização
de verbas por parte do Ministério.
NC - E quanto ao Posto Sazonal da Torre, quando entra
em funções ?
A.T. - Vai depender das condições climatéricas.
Quando o tempo começar a piorar o Posto aberto.
NC - O número de agentes destacados para esse
serviço vai ser o mesmo do ano passado?
A.T. - Numa fase inicial será o mesmo do último
ano.
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