De Baz Luhrman

Um filme cheio de cor e exuberância em que a imagem e o surrealismo se destacam numa visão alucinada regada por absinto, na Paris em plena revolução cultural e boémia.
Dentro do género de "Romeu e Julieta", filme do mesmo realizador, em que o clássico e o moderno se misturam tocando o absurdo, Moulin Rouge segue a mesma linha mostrando pouco da decadência da noite parisiense do século passado e centrando-se numa diva (a bela cortesã Satine) e numa dinâmica muito mais contemporânea do que o mundo parisiense do can can.
Christian é um jovem idealista escritor inglês que sonha com o amor
e vem à procura da sua musa à paródia parisiense.
A tradicional dança de cabaré é substituída pelos esquemas pop e em que os trechos de músicas de Beatles, U2, Madonna, Fatboy Slim, Christina Aguillera, Beck, Ozzy Osborne e David Bowie animam o musical que prima pelo humor com que pega nas músicas , da balada melancólica de Elton John até à visceral música dos Nirvana.
Sons que fazem parte da memória colectiva e são aqui transformados numa abordagem totalmente nova e criativa.
Nicole Kidman e Ewan McGregor são os protagonistas de uma história de amor triste, mas totalmente desprovida de qualquer originalidade. Se não fosse todo o ambiente soberbo proporcionado pela cor e exuberância das personagens e dos cenários, num misto de cabaré e mega produção de dança contemporânea como muito se tem usado hoje em dia, a história de amor, por si só, iria submerger o filme num tédio absoluto.talvez por isso o realizador desvende o desfecho da trama logo no início.
Ambientada num dos maiores ícones da boémia parisiense, a casa de espetáculos Moulin Rouge, a história de amor de Satine (Nicole Kidman) e Christian (Ewan McGregor) é um drama intenso com direito a vilão e ao estigma da morte anunciada. O drama contrasta com a panóplia de cores e sons que fazem de Moulin Rouge um filme a não perder.


por ana maria fonseca