O ministro da Defesa Nacional depôs uma coroa de
flores junto ao monumento dos ex-combatentes na Guerra
de 1914-1918 e na Guerra Colonial. A cerimónia
decorreu no passado dia 13 de Outubro, Sábado,
pelas 11h30, na Covilhã.
"Lamento que não esteja presente uma força
militar a prestar honras aos combatentes", disse
na ocasião Rui Pena, salientando que tal se deve
"ao grande esforço que o Governo está
a fazer para a contenção de despesas",
embora não fossem "os tostões que custaria
a deslocação de uma força à
Covilhã que poriam em causa a operacionalidade
das Forças Armadas". Com este acto, Rui Pena
pretende homenagear os antigos combatentes que deram a
vida por Portugal. O ministro não discursou, mas
no final falou aos jornalistas.
"Foram dados todos os passos para a criação
de uma rede nacional de apoio ao ex-combatente",
garante Rui Pena. O projecto do Governo prevê o
apoio do Serviço Nacional de Saúde e do
subsistema de saúde militar. "Ao nível
do centro de saúde, há possibilidade de
se fazer o rastreio do stress de guerra", informa.
"Rastreio
nacional"
"Se houver dúvida no tratamento do doente
de neurose de guerra, não hesitarei em fazer um
rastreio nacional. As associações de combatentes
devem encaminhar os casos conhecidos", defende. Para
Rui Pena, em geral a população portuguesa
compreende o sofrimento do combatente.
Quanto à contagem de tempo de serviço no
Ultramar para efeitos de aposentação, "o
Governo não exclui o pagamento por parte do contribuinte.
Mas prevê um apoio financeiro entre 35 a 80 por
cento", explica.
"O fim do Serviço Militar Obrigatório
não vai colocar problemas. Há operacionalidade
das Forças Armadas portuguesas", assegura.
O Ministro da Defesa já deu instruções
às chefias militares, no sentido de "divulgar
e publicitar incentivos para a entrada dos jovens na vida
militar". O objectivo é "criar forças
profissionais, mais reduzidas, melhor equipadas e mais
operacionais", salienta.
Fé e guerra
Com a crise no Afeganistão, novos desafios se
colocam à operacionalidade dos Serviços
de Informações. Segundo Rui Pena, os Serviços
de Informações estão preparados em
relação ao terrorismo. Existe coordenação
entre o SIS, os Serviços de Informações
Estratégicas e Militares e as várias forças
policiais. "Não é altura de mexer na
estrutura do Serviço de Informações
e Segurança (SIS)", sublinha.
Junto ao jardim público, Júlio de Oliveira,
presidente da Liga lembrou o serviço à pátria
do combatente. Reivindicou "mais apoio por parte
do Governo". Lamentou a falta de uma guarda-de-honra
militar na homenagem ao antigo combatente. E lançou
o apelo: "Façam-se sócios da Liga dos
Combatentes". A Liga conta com 40 mil sócios.
"O combatente tem de ter muita fé no campo
de batalha, para conseguir resistir. Os que são
cristãos sabem que a fé lhes dá essa
força interior", salientou o cónego
José Geraldes na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
O Arcipreste da Covilhã explicou a Liturgia da
Palavra; e encorajou e elogiou os combatentes no serviço
à pátria. Perante uma assembleia cheia,
o coro da UBI acompanhou nos cânticos.
No cemitério municipal, os antigos combatentes
colocaram uma coroa de flores junto aos mortos da Guerra
Colonial e da Primeira Guerra Mundial. Fez-se sentido
ao som do clarim.
Na tribuna, estiveram o Ministro da Defesa Nacional, Rui
Pena, representantes dos três ramos das Forças
Armadas, o Presidente da Direcção Central
da Liga dos Combatentes e outros membros da Liga, Alzira
Serrasqueiro, Governadora Civil, o Presidente da Câmara
da Covilhã e alguns vereadores. No monumento e
na missa de sufrágio, assistiram mais de 400 pessoas
entre ex-combatentes, familiares e amigos da Liga. Rui
Pena e as restantes entidades oficiais participaram na
missa de sufrágio. Estiveram presentes 30 delegações
da Liga dos Combatentes.
|