Por Marco António Antunes


A cerimónia de deposição de flores no monumento aos combatentes reuniu centenas de pessoas e contou com a presença do ministro da Defesa, Rui Pena

O ministro da Defesa Nacional depôs uma coroa de flores junto ao monumento dos ex-combatentes na Guerra de 1914-1918 e na Guerra Colonial. A cerimónia decorreu no passado dia 13 de Outubro, Sábado, pelas 11h30, na Covilhã.
"Lamento que não esteja presente uma força militar a prestar honras aos combatentes", disse na ocasião Rui Pena, salientando que tal se deve "ao grande esforço que o Governo está a fazer para a contenção de despesas", embora não fossem "os tostões que custaria a deslocação de uma força à Covilhã que poriam em causa a operacionalidade das Forças Armadas". Com este acto, Rui Pena pretende homenagear os antigos combatentes que deram a vida por Portugal. O ministro não discursou, mas no final falou aos jornalistas.
"Foram dados todos os passos para a criação de uma rede nacional de apoio ao ex-combatente", garante Rui Pena. O projecto do Governo prevê o apoio do Serviço Nacional de Saúde e do subsistema de saúde militar. "Ao nível do centro de saúde, há possibilidade de se fazer o rastreio do stress de guerra", informa.

"Rastreio nacional"

"Se houver dúvida no tratamento do doente de neurose de guerra, não hesitarei em fazer um rastreio nacional. As associações de combatentes devem encaminhar os casos conhecidos", defende. Para Rui Pena, em geral a população portuguesa compreende o sofrimento do combatente.
Quanto à contagem de tempo de serviço no Ultramar para efeitos de aposentação, "o Governo não exclui o pagamento por parte do contribuinte. Mas prevê um apoio financeiro entre 35 a 80 por cento", explica.
"O fim do Serviço Militar Obrigatório não vai colocar problemas. Há operacionalidade das Forças Armadas portuguesas", assegura. O Ministro da Defesa já deu instruções às chefias militares, no sentido de "divulgar e publicitar incentivos para a entrada dos jovens na vida militar". O objectivo é "criar forças profissionais, mais reduzidas, melhor equipadas e mais operacionais", salienta.

Fé e guerra

Com a crise no Afeganistão, novos desafios se colocam à operacionalidade dos Serviços de Informações. Segundo Rui Pena, os Serviços de Informações estão preparados em relação ao terrorismo. Existe coordenação entre o SIS, os Serviços de Informações Estratégicas e Militares e as várias forças policiais. "Não é altura de mexer na estrutura do Serviço de Informações e Segurança (SIS)", sublinha.
Junto ao jardim público, Júlio de Oliveira, presidente da Liga lembrou o serviço à pátria do combatente. Reivindicou "mais apoio por parte do Governo". Lamentou a falta de uma guarda-de-honra militar na homenagem ao antigo combatente. E lançou o apelo: "Façam-se sócios da Liga dos Combatentes". A Liga conta com 40 mil sócios.
"O combatente tem de ter muita fé no campo de batalha, para conseguir resistir. Os que são cristãos sabem que a fé lhes dá essa força interior", salientou o cónego José Geraldes na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. O Arcipreste da Covilhã explicou a Liturgia da Palavra; e encorajou e elogiou os combatentes no serviço à pátria. Perante uma assembleia cheia, o coro da UBI acompanhou nos cânticos.
No cemitério municipal, os antigos combatentes colocaram uma coroa de flores junto aos mortos da Guerra Colonial e da Primeira Guerra Mundial. Fez-se sentido ao som do clarim.
Na tribuna, estiveram o Ministro da Defesa Nacional, Rui Pena, representantes dos três ramos das Forças Armadas, o Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes e outros membros da Liga, Alzira Serrasqueiro, Governadora Civil, o Presidente da Câmara da Covilhã e alguns vereadores. No monumento e na missa de sufrágio, assistiram mais de 400 pessoas entre ex-combatentes, familiares e amigos da Liga. Rui Pena e as restantes entidades oficiais participaram na missa de sufrágio. Estiveram presentes 30 delegações da Liga dos Combatentes.