Marco António Antunes

Abaixo a praxe!!!


"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade." (Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem).

"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social." (Nº 2 do Artigo 13º da Constituição da República Portuguesa).


A praxe é uma vergonha nacional! Todos os anos no Ensino Superior (e até nos outros ramos de Ensino), milhares de jovens são insultados, rebaixados, escravizados, injustiçados, ofendidos na sua dignidade social e psicológica ... alguns são mesmo agredidos e roubados acabando nas Urgências dos Hospitais. A praxe baseia-se numa relação de superioridade, medida unicamente pelos número de matrículas, que esquece as reais qualidades científicas, técnicas, culturais e morais da pessoa humana. Os caloiros são obrigados a submeterem-se à vontade ditatorial dos falsos "doutores" e "veteranos", como forma de uma suposta "integração no meio académico".
Contrariamente a esta visão autoritária e manipuladora da vida académica, própria de regimes políticos como o nazismo ou o fascismo, a Associação anarco-praxe da UBI defende formas de integração dos caloiros baseadas na compreensão mútua, numa acção comunicacional orientada para o acordo argumentativamente fundado. Actividades desportivas, participação em movimentos associativos que exaltem a formação humana para os valores da vida, visitas à região da Beira Interior etc. seriam actividades a privilegiar no início do ano lectivo. O objectivo é contribuir para a exaltação da imagem favorável da Universidade, e em particular da UBI, como centro de criação de saber (científico, cultural e tecnológico) e de formação humana, ao longo da escola da vida, numa simbiose e osmose perfeita entre momentos de estudo e de divertimento (baseados no respeito mútuo).
A praxe viola a Declaração dos Direitos Humanos e a Constituição da República portuguesa. Todo o ser humano tem direito à dignidade e a ser respeitado em espírito de fraternidade. Os caloiros, enquanto membros do Estado Português ou a ele associados por intercâmbios inter-estaduais, gozam de liberdade, direitos e garantias inalienáveis: NINGUÉM É OBRIGADO A PARTICIPAR NA PRAXE, OS CALOIROS QUE ADERIREM À PRAXE DEVEM FAZÊ-LO EM PLENA CONSCIÊNCIA. No entanto, poucos são os caloiros que conhecem os seus direitos! Alguns praxadores aceitam este princípio, mas outros cometem as mais altas infracções à lei portuguesa e aos direitos humanos. Pelo simples facto de instrução (isto é: educação), ninguém pode ser prejudicado, nem beneficiado. Os caloiros são prejudicados por serem neófitos em instrução e entrarem para uma nova escola. Neste contexto, cumprindo a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Constituição da República Portuguesa, também ninguém pode ser privado de adquirir o traje académico, porque ele é o símbolo estudantil de indumentária reconhecido pelas Reitorias das Universidades portuguesas. De facto, noutros países existe uma indumentária própria que é conferida pelas próprias Reitorias e que inclui toga e chapéu apropriado. Do mesmo modo, ninguém pode ser excluído de participar nas actividades académicas promovidas pelas diversas Associações de Estudantes ou pela própria Universidade, sob pena dos infractores serem acusados de discriminação por instrução, descrita pela Lei Fundamental de Portugal e punível pelo Código Civil.