José Geraldes
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A Faculdade das Ciências
da Saúde e o futuro da Beira Interior
Com a abertura oficial
da Faculdade das Ciências da Saúde, o dia
1 de Outubro de 2001 marca uma etapa histórica
no desenvolvimento da Covilhã e de toda a Beira
Interior. Pela primeira vez, o ensino da medicina deixa
as grandes cidades do Litoral para se fixar numa cidade
média do Interior sem ser capital de distrito.
A UBI e a Covilhã passam a ser referência
obrigatória nos anais das ciências médicas
em Portugal. E não somente pela nova Faculdade
mas também pelo ensino inovador da medicina.
Logo a partir do primeiro ano, os alunos do novo curso
estarão em contacto com os doentes com base na
rede dos hospitais da Covilhã, Fundão e
Castelo Branco e centros de saúde da Cova da Beira.
O contacto com os doentes no início da licenciatura
destaca um toque de humanização, sem descurar
os aspectos técnicos. E, sob o ponto de vista pedagógico,
o sistema de auto-aprendizagem, em avaliação
contínua, sem aulas magistrais.
A inovação foi um tema largamente referido
por todos os intervenientes na sessão solene de
boas-vindas. Já, quanto ao papel a desempenhar
no desenvolvimento, o Reitor Santos Silva foi incisivo
ao classificar a nova Faculdade como " provavelmente
o projecto de desenvolvimento regional que vai ter mais
impacto no futuro."
Dadas as ligações com todos os aspectos
da vida, diríamos até que o projecto agora
iniciado tornar-se-á mesmo a prazo uma via estruturante
para a consolidação de um desenvolvimento
sustentado. A saúde tem incidências em toda
a comunidade. E uma interacção a nível
nacional e internacional. Trata-se de um curso, sem menosprezo
dos restantes, que diz respeito a todos nós.
A Faculdade das Ciências da Saúde é
fruto de um trabalho longo e difícil que consumiu
energias de muita gente. Mas a vontade e a resistência
foram tenazes. E, claro, a opção política
foi decisiva para a sua criação na UBI.
Houve momentos cruciais na disputa da Faculdade mas a
determinação do poder só fez um acto
de justiça. A tomar-se outra decisão que
não esta, cometia-se um erro histórico que
equivaleria a um abandono fatal para esta região.
Além disso ,a UBI ficava sem a consolidação
de que precisava.
O número das colocações vem confirmar
que a UBI se está a impor no quadro geral das universidades
portuguesas. O sétimo lugar alcançado na
primeira fase das colocações diz bem do
prestígio de que já goza em Portugal.
A criação de outros novos cursos, na área
das ciências humanas, na Faculdade de Artes e Letras.
assinala uma fase de crescimento que não pode parar.
Estes cursos alargam o leque de conhecimentos numa perspectiva
de humanismo e investigação em todos os
saberes. A nova licenciatura em medicina, a par das outras
novas licenciaturas, constituem um novo ponto de partida
para uma UBI mais abrangente em todos os domínios
do conhecimento.
Com a Faculdade das Ciências da Saúde, a
UBI lança-se nos caminhos da investigação
a um nível diferente. E a primeira iniciativa é
um novo mestrado que já começa a funcionar
no próximo ano lectivo.
Ao falarmos da abertura da Faculdade das Ciências
da Saúde, não podemos esquecer o Parkurbis
-Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã
- outro pólo de excelência no domínio
da investigação, também, em ordem
ao desenvolvimento regional. Os dois organismos de áreas
diferentes mas com idêntico objectivo constituem
uma garantia para um futuro da Covilhã e da Beira
Interior mais promissor.
A abertura da Faculdade das Ciências da Saúde
perfila-se já como a certeza de fixação
de novos médicos na região e do começo
da erradicação do despovoamento na Beira
Interior.
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