Os mais recentes cortes orçamentais efectuados
pelo Governo levam a que as universidades atravessem momentos
de contenção de despesas. A Universidade
da Beira Interior (UBI) não foge a este cenário.
Para o presidente da Associação Académica
da Universidade da Beira Interior José Miguel Oliveira,
importa alertar os pais para a situação
actual do Ensino Superior. Apesar da má reacção
de alguns, por altura das matrículas em que tiveram
que pagar logo a primeira prestação das
propinas, "há pais que ficam mais preocupados",
afirma José Miguel.
Para agravar este clima de dificuldades, a partir de segunda-feira,
dia 1, os alunos tiveram mais uma "surpresa".
Depararam com o aumento de preços nos bares e cantinas
da UBI, uma medida, deliberada no Conselho de Acção
Social (CAS) de 24 de Setembro. Assim, nas cantinas a
refeição social passa de 300 para 320 escudos
e a refeição alternativa tem um aumento
de 10 escudos, passando a custar 410 escudos. Já
nos snacks, o aumento é maior. No Ernesto Cruz,
a subida de preços é de 20 escudos, enquanto
que em Santo António é de 40. Nos bares,
o café e derivados, bebidas e cerveja, sandes e
pregos têm um acréscimo de 10 escudos.
Para o administrador dos Serviços de Acção
Social da UBI (SASUBI), Manuel da Silva Raposo, este aumento
dos preços deve-se aos oito mil e 200 contos que
este ano a UBI não recebeu. "Não temos
gosto nenhum em aumentar os preços, mas houve menos
dinheiro para a alimentação social. E o
preço da refeição já não
aumentava há dois anos". O administrador afirma,
no entanto, que em relação às bolsas
de estudo não houve diminuição de
verbas. Caso o Orçamento de Estado seja aprovado,
haverá um "ligeiro aumento de cerca de 581
mil contos, dos quais 374 mil e 200 são para pagar
as bolsas de estudo". "Tentámos aguentar
o mais possível", sublinha o responsável
pelos SASUBI.
No entanto, os alunos não vêm com bons olhos
esta subida de preços. A insatisfação
é visível, bem como as palavras de ordem
que se vêm estampadas pelos bares e cantinas da
UBI. Para Filipe Ribeiro, aluno de Engenharia Mecânica,
esta situação "é o reflexo da
política do ' saca dinheiro aos estudantes' ".
"Estes dez escudos podem ser o degrau para uma subida
maior e ninguém nos garante que até ao final
do ano os preços não voltem a subir",
acrescenta.
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