Politécnico da Guarda
Fraca ocupação ameaça orçamento

O presidente do IPG, Jorge Mendes, salienta que o pequeno número de vagas preenchidas (41 por cento) terá que ser analisado, bem como a hipótese de acabar com alguns cursos.

Por João Alves
NC/Urbi et Orbi

 

"Não foi mesmo nada famoso. Teremos que analisar bem estes dados". É assim que o presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Jorge Mendes, analisa o número de alunos que este ano, na primeira fase de candidaturas ao ensino superior, entraram nesta instituição. Das 930 vagas postas a concurso, apenas 383 foram preenchidas, ou seja, 41 por cento. Para Jorge Mendes, no entanto, há três realidades diferentes nas escolas que constituem o IPG. Por exemplo, na Escola Superior de Turismo e Telecomunicações de Seia, as 50 vagas foram preenchidas, tais como as 80 na Escola Superior de Enfermagem. Ou seja, um sucesso absoluto que reflecte "a aposta estratégica fundamental que o IPG deve seguir".
Já na Escola Superior de Educação (ESE), houve sucessos e insucesso. Nos cursos de Educadores de Infância (40 vagas), Ensino Básico 1º Ciclo (40) e Comunicação e Relações Públicas (50), as vagas foram preenchidas na totalidade. Jorge Mendes diz que estes cursos são a base da escola, mas outros existem que "será necessário analisar se não os deveremos encerrar no futuro". Nesta situação estão os cursos de professores de ensino Básico na variante de Educação Física, com apenas 9 candidatos para 25 vagas, Educação Musical (1 aluno para 20 vagas), professores de Português/Francês (2 alunos, 20 vagas) e Português/Inglês (cinco alunos, 20 vagas). Na globalidade, a ESE tem 62 por cento das vagas preenchidas.
Mas o caso mais grave é a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG). Aí, só 88 alunos concorreram às 535 vagas, ou seja, 16 por cento. Os cursos de Gestão são os que mais se ressentiram. Por exemplo, Informática e Gestão tem apenas um aluno (30 vagas), Gestão Industrial e da Produção não tem qualquer aluno (30 vagas), tal como Gestão Técnico- comercial, uma licenciatura apresentada este ano, que seria levada a cabo com a colaboração da Associação Comercial da Guarda, mas ao que parece não teve grande aceitação. "Sim, havia grandes expectativas, já que era um bacharelato que passou a licenciatura e até mudou de nome" explica o presidente do IPG. Nas engenharias, destaque para Mecânica, que terá apenas quatro alunos (40 vagas) ou Civil, com cinco alunos para 75 vagas. Jorge Mendes diz que neste caso, o facto de ser obrigatório provas de matemática e física para entrar poderá ter afastado os alunos, mas que irá reunir com os directores de curso para analisar quais os cursos que "vale a pena ou não seguir na ESTG".
Quanto às consequências que tal fracasso poderá ter no futuro da instituição, Jorge Mendes é peremptório: "O orçamento para 2003 vai ser afectado. Penso que mesmo mais fraco que este ano. Para além disso, teremos que fazer uma gestão mais criteriosa do pessoal docente".