José Geraldes
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Parkurbis e o futuro da Covilhã
Há iniciativas
que denotam uma visão do futuro na linha do desenvolvimento
sustentado. A criação de um centro de tecnologia
na Covilhã antecipa o que pode ser uma cidade média
projectada para o Séc.XXI, no Interior do País.
Políticas à parte, o Parkurbis (Parque de
Ciência e Tecnologia da Covilhã) vai figurar
como pólo de excelência de incubação
de ideias e investigação de projectos. E
de fixação de massa crítica indispensável
para que a Região tome novo alento e entre definitivamente
na rota da modernidade.
Os parceiros envolvidos no Parkurbis como a UBI, a Câmara
Municipal, Fundação Luso-Americana para
o Desenvolvimento, Instituto de Apoio às Pequenas
e Médias Empresas, Associação Empresarial
da Covilhã, PT, ANIL, NERCAB, FRULACT e Caixa Geral
de Depósitos constituem à partida o sucesso
da iniciativa.
O projecto foi bem estudado. A visita à cidade
de Oulu, na Finlândia, forneceu uma experiência
já solidamente consolidada .E a Covilhã
bem pode ser daqui a alguns anos uma réplica da
Silicon Valley, na Califórnia, nos Estados Unidos,
conservadas as devidas distâncias, na investigação
das novas tecnologias. É de lembrar também
o que, a nível nacional, representa o TagusPark,
sediado em Oeiras.
A comparação com a criação
da Real Fábrica de Panos pelo Marquês de
Pombal como primeira unidade de lanifícios na Covilhã
e no País é perfeitamente adequada. O futuro
confirmará o optimismo inicial mesmo que haja,
como é natural, acidentes de percurso.
O Parkurbis surge como uma mais valia a acrescentar ao
CIEBI (Centro de Inovação de Empresas da
Beira Interior), com créditos firmados na criação
de novas empresas e ao Cyber Centro, o primeiro do País
a ser posto em funcionamento.
A UBI que tem desenvolvido um trabalho pioneiro e à
qual está reservada uma área estratégica,
pode e deve funcionar como locomotiva na investigação.
Com a entrada em funcionamento da Faculdade das Ciências
da Saúde, a par dos primeiros passos do Parkurbis,
a Covilhã, sem triunfalismos, mas mercê de
um bom trabalho de casa, afirma-se cada vez mais uma cidade
que ultrapassa as limitações da interioridade
e se projecta para os grandes desafios do novo milénio.
Um dos problemas com que a Covilhã se debatia tinha
a ver com as acessibilidades, condição que
limitava a ânsia e o lançamento de projectos
ousados. Felizmente a questão estará resolvida
com a conclusão da Auto-Estrada da Beira Interior
nos próximos dois anos. O facto foi justamente
referenciado pelo presidente da autarquia covilhanense
Carlos Pinto no acto de assinatura da escritura da sociedade
Parkurbis . Resta uma boa ligação para Coimbra
e a preparação do aérodromo municipal
para que possam aterrar aviões de porte médio,
uma batalha em que se tem empenhado com vigor Luís
Veiga, do NERCAB.
O comboio não pode ser esquecido. Trata-se de um
meio de transporte que urge melhorar como tem defendido
com uma persistência de herói, a Associação
6 de Setembro. "Haja o que houver", como cantam
os Madredeus, a desistência não deve ser
palavra a equacionar.
O Parkurbis pode e deve ser mais do que um cartão
de visita da Covilhã. Com a UBI posiciona-se como
uma alavanca para na criação e no conhecimento
e na investigação
aprofundar e dinamizar o tecido empresarial da Cova da
Beira, do Interior, do País. E, à semelhança
dos têxteis a nível internacional.
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