Luís Garra promete Barragem das Penhas II
"Deixem-se de polémicas, construam"

Por João Alves
NC/Urbi et Orbi

 

É mais uma acha para a fogueira que tanto lume tem trazido a público. O candidato da CDU à autarquia covilhanense, Luís Garra, garante que com ele na presidência, "a barragem das Penhas II será construída".
Recorde-se que este é um processo conturbado que tem posto em constante desentendimento a Câmara da Covilhã e o Ministério do Ambiente, bem como a empresa Águas do Zêzere e Côa, quanto a quem tem ou deve ter a responsabilidade de construir a barragem. Uma questão que voltou a ser levantada por Carlos Pinto, no último editorial do boletim municipal, no qual garante que a autarquia está em condições de avançar com a obra sem financiamento público. O Estado é, neste editorial, acusado de actuar "à margem da Lei" ao dar prioridade ao alvará detido pela Águas do Zêzere e Côa transmitido pela Associação de Municípios como contrapartida pela participação desta no capital social da empresa, em detrimento do projecto apresentado pela Câmara da Covilhã à Direcção Regional de Ambiente do Centro no ano passado. Acusações refutadas na semana passada pelo ministro do Ambiente, José Sócrates, aquando da inauguração da barragem do Vascoveiro, em Pinhel. Nessa cerimónia o governante disse que a Câmara da Covilhã "não pode andar a arranjar desculpas se as coisas correm mal" e que terá que escolher entre continuar sozinha ou integrar a Águas do Zêzere e Côa. Aliás, o presidente desta empresa intermunicipal, Dias Rocha, considerou as afirmações de Pinto "infelizes e injustas", salientando que quem perde com o atraso na construção da barragem, nas Cortes do Meio, é toda a região. Dias Rocha diz que a sua empresa está cansada de ser "bode expiatório" e considera que a melhor solução passa pela Águas do Zêzere e Côa construir a estrutura.
Já Luís Garra considera a relação entre autarquia e empresa de "perversa", tendo muito a ver com "factores de ordem pessoal". O comunista diz que discorda do modelo de gestão da Águas do Zêzere e Côa e defende que 51 por cento da mesma deveria pertencer às autarquias. Afirma que a barragem das Penhas II é uma questão "assumida, que lamentamos não estar ainda feita". Por isso Luís Garra pede aos antagonistas: "Deixem-se de polémicas. Construam a obra. Aliás, comecem já. Nós até achamos muito bem que Carlos Pinto vá lançar a primeira pedra".