No arranque do ano lectivo 2001/2002, as escolas que
se dedicam ao ensino da música na Covilhã
continuam a debater-se com alguns problemas estruturais.
No Conservatório Regional as dificuldades prendem-se
com o facto de o Ministério da Educação
(ME) não ter destacado qualquer professor para
o ensino primário, o que obrigou à contratação
de três novos docentes pagos pela própria
instituição. Na Escola Profissional de Artes
da Beira Interior (EPABI) as dificuldades são as
conhecidas e prendem-se com a precariedade das instalações.
A autarquia terminou, recentemente, algumas obras de melhorias,
mas, mesmo assim, segundo revela Paula Ramos, directora
pedagógica do estabelecimento, "se até
2003 não estivermos noutro local o Ministério
acaba com a Escola". Uma situação que,
entretanto, deverá ser resolvida, pois, continua
Paula Ramos, "a Câmara Municipal está
já em contactos para a concretização
do projecto de um novo edifico".
Apesar de todas as contrariedades, o ano lectivo começa
a dar os primeiros passos. Na EPABI, que este ano assinala
10 anos de existência, a partir do próximo
dia 24, são esperados cerca de 80 alunos, que vão
frequentar seis turmas, entre o 7º e o 12º ano.
56 professores asseguram um ensino que, segundo a directora,
"é direccionado para a uma formação
profissional de futuro". Para frequentar a EPABI
a partir do 7º ano é necessário ter
o 6º ano completo e passar por um teste de admissão,
enquanto para o 10º ano se pede o equivalente ao
5º grau dos conservatórios. No final dos estudos,
um aluno da Escola Profissional que tenha frequentado
o Curso Básico de Instrumento, que inclui disciplinas
sócio-culturais e artísticas, obtém
equivalência ao 9º ano de escolaridade e o
Diploma Profissional de Nível II, reconhecido na
União Europeia. Com o Curso de instrumento, as
habilitações ganham a equivalência
ao 12º ano, o Diploma Profissional de Nível
III e a possibilidade de seguir para o Ensino Superior.
A Escola oferece, ainda, subsidio de refeição
e alojamento (em caso de necessidade), transporte diário
e o instrumento musical.
Tempos Livres no Conservatório
No Conservatório, por sua vez, as aulas para os
cerca de 70 alunos do ensino primário já
começaram e, embora com professores novos, "o
arranque decorreu dentro da normalidade", assegura
Dulce Gomes, presidente da direcção. Sem
destacamentos do Ministério da Educação
e sem a possibilidade de fazer requisições,
a solução foi contratar três novos
professores, dois deles antigos alunos da casa. Uma solução
que vai mexer com as contas internas, mas que, acredita
Dulce Gomes "permite constituir uma equipa mais envolvida
com o estabelecimento". Até porque, continua,
"todos os docentes têm residência na
região".
À espera das crianças, para além
do currículo básico, estão as áreas
obrigatórias de Expressão e Educação
Musical, Classe de Conjunto ou Coro, Sala de Estudo e
Expressão Corporal. Os alunos podem ainda optar
por Iniciação ao Inglês, Iniciação
à Informática, Desporto Aventura, Pintura,
Dança e Etiqueta e Boas Maneiras. Novidade é
a continuidade do regime de ocupação de
tempos livres, pois, adianta Dulce Gomes, "acaba
de ser contratada uma professora para o efeito. Depois
de funcionar em Julho e Agosto, este serviço vai
continuar aberto a partir das 16 horas e disponível
para alunos de outros estabelecimentos de ensino. As mensalidades
dos frequentadores do ensino primário são
calculadas de acordo com o rendimento familiar e podem
chegar a um máximo de 29 contos. Já para
a Pré-Primária, os custos ascendem aos 25
contos mensais, com direito a almoço, enquanto
para os tempos livres se situam nos 12 contos.
O Conservatório Regional de Música da Covilhã,
a comemorar 40 anos, coloca, também, ao dispôr
dos interessados o ensino de música em ateliers
para crianças entre os quatro e os 10 anos (três
mil e 500 escudos mensais), em regime de curso livre (sete
mil e 500 escudos por disciplina, para crianças
e adultos), curso básico, curso complementar, canto
e ensino articulado (a partir de seis mil escudos por
mês). As aulas musicais vão ser leccionadas
por cerca de 15 professores e, até ao momento,
têm 60 alunos inscritos.
|